25 de abril de 2024
CarnavalCoronavírus

JÁ É CARNAVAL NO ANO QUE ENTRA

 

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Quando pensadores e filósofos começaram a dizer que o mundo e o comportamento da humanidade não seriam mais os mesmos depois da pandemia, muitos, céticos, discordaram.

Os otimistas viam as grandes perdas e sacrifícios como bases para as  mudanças.

Que os tempos que estavam chegando, seriam diferentes, melhores e mais fraternos.

O novo normal não começou, ainda,  mas há sinais que novas atitudes já chegaram.

Quem poderia prever que este ano o carnaval seria tão diferente.

Simplesmente, cancelado.

Sem protestos, velório, choro nem vela.

As cifras fabulosas de movimentação da economia, apresentadas pelos governantes para justificar gastos do dinheiro público, igualmente fantásticos, não foram calculadas.

Um ano sem partido-alto, sem marchinha de costumes, sem outras máscaras, sem folia, sem viagens, sem blocos, sem retiros espirituais.

Não há registros que alguém tenha imaginado tanta falta

O mais parecido que se tem notícia é de outra era de semelhantes medo e incertezas.

A guerra avançava na Europa fazia dois anos, e chegava a vez do aliado entrar na luta.

Não era esperado que naquele clima, se tivesse ainda disposição e ânimo para a explosão de alegria que a festança precisa para fazer jus ao nome.

A participação brasileira já nas cenas finais do longa-metragem, com duração de onze meses, ao custo de 500 vidas, garantiu o lugar na história e na galeria de vitoriosos, mas não atravessou o samba.

A retaguarda não interrompeu os festejos.

Os que ficaram, zombaram do inimigo distante, celebrando a vida, sonhando com a paz.

O conflito com dimensões mundiais não foi capaz de interromper três das mais populares instituições nacionais.

O samba desceu o morro, o futebol conheceu seus campeões e  o jogo-do-bicho  manteve a fé inabalável na grande sorte.

O que não se podia imaginar, era uma tragédia maior que viria a acontecer 80 anos depois, sendo prevista nas ruas, cantada em ritmo de triste marcha-rancho.

Os acertos premonitórios do maior sucesso do Carnaval de 1942 e seguintes, é um hino de esperança que os piores momentos estão passando.

Quando Cyro Monteiro gravou Até Quarta-feira, não estava  contando só mais um desencontro de enamorados.

É a música para ser reprisada no carnaval do ano que vem.

O registro dos tambores silenciosos é a marca que como este, nenhum outro mais será.

A brincadeira, junto com as fantasias, ficam guardadas para quando bom tempo fizer.

Este não ano vai ser,

Igual àquele que passou,

Eu não brinquei,

Você também não brincou,

Aquela fantasia,

Que eu comprei ficou guardada,

E a sua também, ficou pendurada

A profecia se completa como um alerta para os cuidados que continuarão sendo necessários mesmo com grande parte da população protegida pela vacina.

Será possível brincar sem desrespeitar o recomendado distanciamento.

Mas este ano está combinado,

Nós vamos brincar separados

A certeza que os resultados aparecerão, está bem definida.

Ninguém mais vai chorar a perda de um ente querido.

Se acaso meu bloco,

Encontrar o seu,

Não tem problema,

Ninguém morreu,

São três dias de folia e brincadeira,

Você pra lá e eu pra cá,

Até quarta feira

O Carnaval 2022 promete.

Evoé!

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Assista ao clip da marcha-rancho, na voz de Luiz Fontana: 

Até Quarta-feira.wmv

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(A previsão que estaríamos brincando o Carnaval neste 2022, foi otimista.
Vamos então, deixar tudo combinado para o de 2023)

One thought on “JÁ É CARNAVAL NO ANO QUE ENTRA

  • Tenho que repetir, mesmo sob os protestos do site: texto prá lá de bom. O Urolugista continua obrando bem, com palavras e sílabas nos seus devidos lugares.
    Ele também aderiu aos vinhos grandes ao contrário de Dândim que toma e elogia o Gaioto.

    Resposta

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