JEITINHO DE VIAJAR
Não há quem possa prever como serão as relações familiares DP.
Há quem já esteja pensando que depois da pandemia, os laços estarão muito mais apertados e serão renomeados nós cegos.
Que as viagens serão para lugares menos longínquos e mais curtas.
Que famosos museus continuarão abertos e serão mais frequentados. Por brasileiros, apenas em visitas virtuais.
Com a fama que roda o mundo, seremos os últimos aceitos como turistas.
A saída estaria na criação de cargos de ministros super extraordinários.
O cidadão é nomeado, viaja e quando o avião pousar no destino, a demissão é publicada, automaticamente, no Diário Oficial.
E não se diga mais que Abraham Weintraub não tenha deixado sua obra.
Preconceito racial à parte, desta vez, na saída.
(Publicação original em 21/06/2019)
NOVOS TIRANOSEntre modernidades, pedagogos e psicólogos sociais têm se dedicado a assunto tão arcaico como as relações pais e filhos.
Que parecem as de sempre. Renovadas, geração a geração. Mas que consideram, não mais tão iguais assim.
Afirmam que o rei e a rainha abdicaram dos seus tronos e agora são outros, os novos regentes do lar.
Suas majestades as crianças.
Em número cada vez menor, tendendo ao modelo chinês, do filho único. É fácil saber porque.
Uma rápida pesquisa e a respeitável cifra de dois milhões de reais.
É quanto um casal deverá gastar (ou investir) nas despesas de um recém-nascido, até que atinja os 23 anos. Idade fixada para o corte definitivo do cordão umbilical.
Isso se não emendarem logo na turma da geração canguru. E permaneçam debaixo das asas dos pais per omnia saecula saeculoren.
No regime de governo da pedocracia, superproteção é a incubadora. A negação do não, o nestogeno a nutrir os pequenos déspotas.
Em famílias mais conservadoras, o poder permanece onde e com quem sempre esteve. Bem verdade, um pouco mais aberto, democrático e compartilhado.
Os putos (tenho leitores no Funchal) ocuparam seus espaços e se fazem ouvir sem medos.
Casal de médicos. Família convencional (pai homem, mãe mulher e filhos de gêneros congênitos). Bem ocupados e tendo de manter atualização nas especialidades, viajam com frequência para congressos e similares.
A notícia de mais uma ausência ao filho de cinco anos, disparou interrogatório digno de uma tropa de choque de CPI.
-Já vão tirar férias de novo?
Para mais longe. A excursão seria mais demorada.
Explicaram o motivo. A necessidade de repouso. Um pouco de distância da vida tão atribulada que levavam.
Como um parlamentar do centrão que votou a favor da reforma trabalhista, o miúdo apresentou seu projeto de lei:
-Descansem no fim de semana.