23 de abril de 2024
CoronavírusFamilia

JEITINHO DE VIAJAR

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Não há quem possa  prever  como serão as relações familiares
DP.

Há quem já esteja pensando que depois da pandemia, os laços estarão muito mais apertados e serão renomeados nós cegos.

Que as viagens serão para lugares menos longínquos e mais curtas.

Que famosos museus continuarão abertos e serão mais frequentados. Por brasileiros, apenas em visitas virtuais.

Com a fama que roda o mundo, seremos os últimos aceitos como turistas.

A saída estaria  na criação de cargos de ministros super extraordinários.

O cidadão é nomeado, viaja e quando o avião pousar no destino, a demissão é publicada, automaticamente, no Diário Oficial.

E não se diga mais que Abraham Weintraub não tenha deixado sua obra.

Preconceito racial à parte, desta vez, na saída.

     

            (Publicação original em 21/06/2019)


NOVOS TIRANOS

Entre modernidades, pedagogos e psicólogos sociais têm se dedicado a assunto tão arcaico como as relações pais e filhos.

Que parecem as de sempre. Renovadas, geração a geração.  Mas que consideram,  não mais tão iguais assim.

Afirmam que o rei e a rainha abdicaram  dos seus tronos e agora são outros, os novos regentes do lar.

Suas majestades as crianças.

Em número cada vez menor, tendendo ao modelo chinês, do filho único. É fácil saber  porque.

Uma rápida pesquisa e a  respeitável cifra de dois milhões de reais.

É quanto um casal deverá gastar (ou investir) nas despesas de um recém-nascido, até que atinja os 23 anos. Idade fixada  para o corte definitivo do cordão umbilical.

Isso se não emendarem logo na turma da geração canguru. E permaneçam debaixo das asas dos pais per omnia saecula saeculoren.

No regime de governo da pedocracia,  superproteção é a incubadora. A negação do não, o nestogeno a nutrir os pequenos déspotas.

Em famílias mais conservadoras, o poder permanece onde e com quem  sempre esteve. Bem verdade, um pouco mais aberto, democrático e compartilhado.

Os putos (tenho leitores no Funchal) ocuparam seus espaços e se fazem ouvir sem medos.

Casal de médicos. Família convencional (pai homem, mãe mulher e filhos de gêneros congênitos). Bem ocupados e tendo de manter atualização nas especialidades, viajam com frequência para congressos e similares.

A notícia de mais uma ausência ao filho de cinco anos, disparou interrogatório digno de uma tropa de choque de CPI.

-Já vão tirar férias de novo?   

Para mais longe. A excursão seria mais demorada.

Explicaram o motivo. A necessidade de repouso. Um pouco de distância da vida tão atribulada que levavam.

Como um parlamentar do centrão que votou a favor da reforma trabalhista, o miúdo apresentou seu projeto de lei:

-Descansem no fim de semana.

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