JOE MANÉ

Pelo que se viu no primeiro debate entre os dois principais (e não únicos) candidatos, para  a presidência dos Estados Unidos, o país dos automóveis está a pé.

Pareceu aquela briga de vizinhos que sabemos logo, nunca vai acabar em troca de sopapos, dando a impressão que depois das considerações finais, apesar do que foi dito, tudo iria acabar na  pizza hut.

De tão batidos, os assuntos levados à discussão não poderiam trazer revelações que abalassem as candidaturas.

Para quem não vive o bipartidarismo de fronteiras sutis, em algumas situações, fica-se sem saber onde está o antagonismo entre os dois old buddies.

Ficou parecendo que as comadres lavaram a roupa suja, sem caprichar na esfrega.

Como se o pouco imposto pago por um, pudesse ser encontrado na declaração do outro.

E sobre as traquinagens dos herdeiros, quem nunca fez ou não passou a mão na cabeça dos garotos?

Entre demonstrações de impaciência e desrespeito pelo direito do outro se expressar, ficou nítida a vontade de só prejudicar a imagem do adversário, muito mais que apresentar ideias que possam ajudar a maior economia do mundo a ser mais equânime com a divisão das riquezas pelo maior número de pessoas.

Na única referência ao gigante adormecido no quintal sul, uma cabreira proposta de compra, com pinta de conversa pra onça dormir, sem beber água.

Vinte bilhões de dólares pela Amazônia. De porteira fechada.

A política é mesmo fascinante. Camaleoa que vai se adaptando a qualquer ambiente.

Lá como cá, todos sob o jugo do politicamente correto, sem prejuízo às promessas vãs e visão embaçada da realidade mundial.

A geronto-competição ignorou que os grandes problemas da nação continuem aquecendo o caldeirão pluricultural, somente abordado como bolhas que eclodem em alguma ou outra cidade.

As estratégias adotadas pelos debatedores dão margem a se pensar que nenhum dos dois acredita que a dupla entrevista, com jeito de debate, possa alterar a intenção de voto da maioria silenciosa.

A repercussão imediata da mídia foi de frustração. Em tempos de pandemia, a palavra que resumiu o bate-boca de fila de pagamento de aposentado, não poderia ser outra.

Caos.

A TV não faz mais John Kennedies como fazia em 1960.

Agora, só Nixons.