23 de abril de 2024
Coronavírus

Laboratório que fabrica Ivermectina nega eficácia para combater Covid-19

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Do Estadão 

A farmacêutica Merck, responsável pelo desenvolvimento do medicamento ivermectina, informou em comunicado nesta quinta-feira, 4, que não há dados que sustentem o uso do remédio contra a covid-19.

A indicação da Ivermectina é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e a substância é recomendada também em um aplicativo desenvolvido pelo Ministério da Saúde com orientações de tratamento contra o novo coronavírus.

Em seu comunicado, a Merck, que deteve a patente da ivermectina até 1996, disse que não há base científica para um potencial efeito terapêutico contra a covid-19 em estudos pré-clínicos. A empresa acrescentou também que não há evidência significativa de eficácia clínica em pacientes com a doença.

A farmacêutica ainda pontuou que há uma preocupante ausência de dados sobre segurança da substância nesse contexto na maior parte dos estudos.

“Não acreditamos que os dados disponíveis sustentem a segurança e a eficácia da ivermectina além das doses e dos grupos indicados nas informações de prescrição aprovadas por agências regulatórias”, declarou a Merck, que destacou que seus cientistas continuam a examinar cuidadosamente os achados de todos os estudos disponíveis.

A recomendação original de uso da ivermectina presente em bula é voltada para tratamento de infecções causadas por parasitas. No Brasil, ao longo da pandemia ganhou força a informação sem base científica de que o remédio seria eficaz contra a covid-19. Em agosto do ano passado, Bolsonaro anunciou que a Anvisa facilitaria o acesso ao remédio para uso contra a covid-19 ao não cobrar mais retenção de receita.

Mas em julho a Anvisa já havia se pronunciado, sustentando que não existiam estudos conclusivos sobre o uso do medicamento nesse contexto. “As indicações aprovadas para a ivermectina são aquelas constantes da bula do medicamento”, reforçou a agência de vigilância sanitária.

TL COMENTA 

Não são poucos os médicos e cientistas que atestam e recomendam o uso do medicamento no combate ao Coronavirus em seu estágio inicial, evitando o agravamento da doença.

Em Natal, a Prefeitura e o prefeito Álvaro Dias com o Comitê Científico apostou no kit com inclusão da Ivermectina desde o início da pandemia.

Eles  acreditam ter alcançado bons resultados para evitar o aumento de internações hospitalares, quando outras cidades próximas não apresentavam os mesmos índices.

A polêmica entre o uso ou não de medicamentos não deve ter fim com a declaração do laboratório.

Afinal, quem sem embasamento científico e com certo discernimento, vai discordar do médico que lhe receitou algum medicamento?

Se o fizer, melhor mudar de médico por falta de confiança. Ou não?

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