25 de abril de 2024
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Lembranças de Theodorico, Imperador do Sertão, majó da política

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O título de “Imperador do Sertão” lhe foi dado pelo cineasta Eduardo Coutinho, diretor de um antológico Globo Repórter, a patente de “Majó”, sem o R final foi o povo que procurava Theodorico Bezerra, nascido há 117 anos no dia de hoje.

Convivi com Theodorico por mais de trinta anos, com lugar na sua mesa – mesa farta – no Grande Hotel, construído pelo Governo e sala de visitas de Natal, na época da 2ª Guerra, quando a vida acontecia no bairro da Ribeira.

Na foto, feita no restaurante do Grande Hotel, nos anos 70′, Lauro Arruda (PSD), o Majó, Zé Olimpio (UDN) e o locutor que vos fala.

Embora neto e filho de grandes amigos do Majó, sempre assumi a posição de repórter procurando ouvir suas lições.

ÚLTIMA LIÇÃO

Theodorico, aposentado, vai visitar o genro, Hélio Nelson, com o Mal de Alzaimer se instalando. E eu agindo como fazia em todas as vezes que nos encontravamos, com uma provocação:

– Então Majó, vai ser candidato?
– Vou ter de ser. Morreu todo mundo, Georgino, Dioclécio, Dinarte, Djalma…
– Por qual partido?
– Pelo Partido do Governo.

E sem esperar outra pergunta emendou, com uma franquesa que não tinha quando na ativa:

– Sai mais barato.

Foi a última vez que falei de política com Theodorico. Na primeira le me deu um conselho:

Quer ser político?

– Então aprenda a acordar cedo; andar ligeiro e conversar pouco.

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