28 de março de 2024
Política

Luiza Trajano aparece na frente de Luciano Huck e presidenciáveis nas pesquisas

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Por Vera Magalhães no Globo

No momento em que postulantes à disputa presidencial de 2022 avaliam o cenário e as próprias chances, um nome apareceu simultaneamente no radar do presidente Jair Bolsonaro e do apresentador Luciano Huck: a empresária Luiza Trajano, que preside o Conselho de Administração do Magazine Luiza.

Huck recebeu de um grande instituto que faz algumas sondagens de cenários para a sucessão de Bolsonaro uma pesquisa em que o nome de Luiza Trajano aparece empatado tecnicamente com o seu, mas numericamente à frente.

Atenção para um detalhe nada lateral: numa sondagem espontânea, em que os eleitores eram apenas questionados a respeito de em quem gostariam de votar para presidente.

A empresária vem logo após do próprio Bolsonaro e do ex-presidente Lula, à frente de políticos experientes e já pré-candidatos declarados no ano que vem, como João Doria, Ciro Gomes e Fernando Haddad, e de outras “promessas” de outrora, como o ex-juiz Sérgio Moro.

Ela foi lembrada por 10% dos ouvidos. Bolsonaro alcançou 26% das menções, Lula 25% e Huck, 9%.

A informação deixou o apresentador da Globo impressionado, e é citada por interlocutores seus como mais um fato da dúvida que o consome neste primeiro trimestre: aceitar o convite para passar a comandar a faixa nobre do entretenimento dominical da Globo ou deixar a carreira bem-sucedida de comunicador para entrar de vez na política, movimento que ensaia há pelo menos cinco anos, sempre sem convicção.

Do lado de Bolsonaro devem ter aparecido pesquisas semelhantes, porque Luiza Trajano passou a ser alvo de ataques, por ora ainda discretos, de porta-vozes bolsonaristas como Carlos Bolsonaro e o deputado Hélio Negão, que vira e mexe lançam algum petardo na direção da empresária.

O último incômodo que ela causou nos governistas foi quando lançou uma campanha incisiva, que mobilizou grandes setores do empresariado, para pressionar pela ampliação e a maior velocidade do Plano Nacional de Imunização.

Ela lançou o movimento Unidos pela Vacina, com a meta de mobilizar a iniciativa privada para pressionar e ajudar para que até setembro toda a população brasileira esteja vacinada.

O empenho e o vigor de Luiza foram um imediato contraponto à inoperância do governo federal para adquirir mais e novas vacinas e para fazer uma campanha nacional de mobilização e defesa da vacina como caminho para superar a fase mais aguda da pandemia.

O PSB, que em 2018 estendeu um tapete vermelho para Joaquim Barbosa, tem em seus quadros defensores de que se busque a filiação da empresária. Ela, no entanto, é vista como um nome mais à centro-direita que a filosofia do partido — que também tem uma ala que negocia uma aliança com Ciro Gomes.

Uma chapa descrita como imbatível para enfrentar Bolsonaro, pois poderia ter votos da direita desiludida com o negacionismo e o autoritarismo do presidente, teria Luiza Trajano e o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, como vice.

O arranjo agrada, por exemplo, ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. A única dúvida é se Kalil toparia ser o segundo em uma chapa, sendo que acabou de ser reeleito no primeiro turno e tem um caminho considerado bem pavimentado para disputar o governo de Minas.

O boca a boca do potencial de Luiza Trajano é tal que os próximos levantamentos registrados de institutos de pesquisas devem trazer o nome da dona da Magalu na cartela de candidatos submetida aos eleitores.

Por ora, ela tem sido bastante discreta quanto à possibilidade de se lançar na política eleitoral. É ela que faz a ressalva: costuma dizer que já faz política por meio de seu engajamento cívico em causas como a da vacina e em movimentos como o Mulheres do Brasil, que comanda e que tem uma força enorme no terceiro setor e junto ao empresariado dos setores financeiro e produtivo.

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