28 de março de 2024
Economia

Mau momento: preço de banana e outros argumentos contra saída da Petrobras

maxresdefault

Dizer que o “petróleo é nosso” ou que os “Governos do PT saquearam a Petrobras” parece uma visão muito simplista e reduzida do tamanho do abacaxi que poderá ser a saída da estatal do Rio Grande do Norte.

Existe uma discussão lógica, econômica e objetiva no meio do caminho  a ser enfrentada com argumentos legítimos parte a parte.

Ontem, este TL publicou o ponto de vista do prefeito de Guamaré Bruno Diógenes aceitando com olhar positivo a mudança.

Agora, alguns itens do que disse ontem na reunião da bancada o Senador Jean Paul Prates, prevendo dificuldades caso o desmonte anunciado se concretize.

Senão vejamos alguns pontos a partir da premissa que  toda a produção petrolífera do RN poderá ficar numa única mão, privada e sem qualquer compromisso com o Estado.

I – Não se trata apenas a venda de campos maduros, mas um conjunto de ativos, que pode incluir mais de 1500 poços dentro dos campos. Ou seja, um campo pode ter milhares de poços com muito ainda a ser produzido;

II – A venda significa também a perda da Refinaria Clara Camarão e tudo que ela representa, os sistemas logísticos e a simbologia dela para Bacia potiguar; seja no mar ou em terra. Ou seja, quem comprar o anunciado pelo “teaser” significa que  leva o pacote completo. Isto é, não se trata de maior competitividade na iniciativa privada, mas a restrição dela a um único comprador.

III- Já existem outras empresas privadas operando no RN desde a década de 90 na bacia potiguar. Exemplo delas é a Partex, mas que também tem dependência absoluta da Refinaria Clara Camarão.

IV – Será que o novo comprador vai querer continuar produzindo QAV, diesel e gasolina para manter a necessidade do mercado local? Hoje o RN é auto-suficiente em todos eles.

V- O momento é bom para quem compra, os chamados fundos abutres, que querem aproveitar a crise mundial para comprar com viés de baixa, “a preço de banana”.

VI – A Petrobras não tem esse “desespero” todo porque o pré-sal não precisa do valor desses ativos para ser financiado. Não justificaria o “mau-negócio” antecipado, digamos.

É isto que está na mesa e que precisa ser definido com o olhar menos político, mais Rio Grande do Norte. E aí, sim, no futuro se saberá os reais interesses de casa parte; defender o povo e a economia do Estado ou bandeira político-partidária.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *