19 de abril de 2024
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MEDICINA ELEITORAL

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A mosca azul da política sempre teve predileção para pousar na testa dos jovens médicos.

Mesmo quem nunca pensou em outra coisa a não ser a prática da Medicina, ao aceitar trabalho em pequena cidade, recebeu estímulos para transformar o agradecimento da clientela em votos.

A chegada dos cubanos, inelegíveis natos, foi um alívio para os chefes tradicionais e políticos profissionais.

Com as facilidades para ingresso em cursos médicos que se multiplicam, um ser híbrido está sendo formado para estreia nas próximas eleições.

Candidatos derrotados, parlamentares que não se reelegeram e quem mais quer turbinar o potencial eleitoral nas urnas,  formam o perfil de uma nova geração de médicos.


(Publicação original em 07/10/2019)


MEDICINA DE VALOR

Quem ainda pensa que investir na formação profissional é o caminho mais curto para resolver os problemas da saúde, pode estar enganado.

Como podem estar equivocados os jovens que buscam o canudo mais disputado, a qualquer custo, com o pensamento no pleno emprego.

Já está ficando na lembrança, o tempo em que não se conheciam médicos desocupados. Como as orelhas das freiras, eles começaram a aparecer.

Da mesma forma que ocorreu a outras profissões o excesso de oferta de mão de obra leva à ociosidade. E à mesma profissão comum a todas, de concurseiro.

Por falta de advogados formados, no Império e até os anos 50,  os órgãos de justiça e associações de classe credenciavam provisionados, com campo de atuação restrita à primeira instância.

Tipo médico cubano, proibido de trabalhar em hospitais.

Alguns rábulas alcançaram sucesso e tiveram desempenhos tão marcantes que figuram no hall da fama do Direito brasileiro.

Luiz Gama, foi um Gilmar na época da escravidão. Famoso por ter libertado mais de 500 escravos.

Evaristo de Morais já era criminalista padrão Kakay quando recebeu o grau de bacharel.

Em apenas 15 anos (de 2003 a 2018) foram criados 178 cursos de Medicina no Brasil. Todos com a justificativa de serem implantados em regiões com carência de médicos.

O jeitinho brasileiro incluiu nesta lista, o Morumbi que ganhou um curso (de excelência) no Einstein.

No governo Temer foram suspensas novas autorizações, dribladas recentemente, nos bolsominion days, com o mesmo argumento da interiorização.

A litorânea Angra dos Reis foi contemplada com escola médica do grupo Yduqs que adquiriu a Universidade Estácio, investiu 32 milhões de reais e já está selecionando alunos para 2020.

Acessível aos que podem pagar mensalidade de 10 mil reais e aceitem fazer o sacrifício de estudar no Shopping Città America, na Barra da Tijuca.

Só nos vizinhos do Mercosul, 67 mil macaquitos brasileños frequentam escolas para todos os gostos, escolhidas na maioria das vezes pelo leilão inverso do critério de preço.

O valor cobrado para a formação de esculápios já foi bem maior.

A tabela incluída no juramento de Hipócrates (que faz do FIES, uma mãezona), determinava juras de amor eterno, rachid  de honorários e divisão do patrimônio com os professores.

Além da obrigação de ensinar, sem carteira assinada, gratuitamente, aos seus filhos pela vida toda.

     Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens;

Ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito.

One thought on “MEDICINA ELEITORAL

  • Geraldo Batista de Araújo

    Atualmente estão fabricando médicos em grosso, no varejo só as faculdades federais. Com o passar dos anos eles vão aprendendo. Agora, reprovação só com pistolão. Na década de 60, Damião, aluno de medicina, depois de 10 anos recebeu o diploma, mas teve que prometer ir abrir consultório em outro estado. Foi praticar pediatria na Paraíba. Teve outro aluno muito burrinho que recebeu o canudo no nono ano. Andava todo tempo com um volume do famoso “Vademecum” para saber o que deveria receitar. Ele se queixava de ser dermatologista. O nome dele era Lourival. Já partiu para o andar de cima.

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