20 de abril de 2024
Carnaval

MÉNAGE À TROIS


4178C1DE-7F78-4B32-B088-1B929F5A6F66Olha ela aí, gente!

Sem sobrar nenhum general de pijama desocupado, este ano  a banda  vai ser comandada por  uma rainha.

Com o mesmo pulso forte, a ditadura do politicamente correto,  chegou ao reino de Momo,  botando ordem e  arrasando quem aproveita a festa para extravasar recalques e preconceitos.

Agora pra se divertir, só de cara limpa ou com  folha corrida e atestado de bons antecedentes.

Não do folião. Da fantasia.

Nada que possa lembrar raças, etnias, preferências sexuais, características físicas, será permitido.

Nêga maluca, tá maluco?

Mulata, nem movida a rivotril.

Preta pretinha, melhor esquecer a música dos velhos baianos.

Saci, ele  e nenhum companheiro estereotipado da Turma do Pererê sairão mais da Mata do Fundão.

Índios, de forma alguma. Nem cariris nem guaranis.

Muito menos, os de barba e bigodes.

A FUNAI está vigilante.

Belíssima atriz, foi  à uma prévia, vestida mais pra Apache que Potiguara e já quase pelada, por pouco não foi também escalpelada.

Bin Laden, sheik árabe, odalisca, aiatolá. Moshe Dayan,nem de tapa-olho nem de tapa-mamilo.

Nada que possa provocar explosões  nem  aumentar o efeito estufa  no  Oriente Médio.

Escravos de Cleópatra.                                                 Há tempos estão proibidos até em festinhas de colégio de elite.

Me dá um dinheiro aí. Desista.

Ninguém vai acreditar na pindaíba de quem acabou de  receber o décimo-terceiro do bolsa família.

Dentuço, vai ter que se explicar  com o sindicato dos dentistas

Gordinho, vão pensar que é treta com o deputado Botafogo.

Mago, a justa da Paraíba não deixa mais trabalhar.

La ursa não vai receber dinheiro nem de pirangueiro.                                                                       O IBAMA não permite. Mesmo as polares. Mineiras, deportadas por Trump.

Travestis, só nas próprias paradas deles, delas, dos simpatizantes e dos outros.

Que não dá pra saber se quem mudou de sexo pode se fantasiar do antigo. Nem quem goza quem.

Ou versa, visse?

Sobram as clássicas que nunca faltaram.

15D069F6-D798-4741-A02F-2F1B291C7180Estabelecidas desde o século XVI.

Primeiro na Itália.

Depois por tudo que é  canto onde tenha uma  prefeitura com grana sobrando pra  bancar a farra.

Apesar de nunca terem existido na real, como a vida imita a arte, até elas estão ameaçadas de ficarem cheirando à naftalina sem direito ao sol dos trópicos. Uma vez por ano.

Impedidos de brincarem com suas fantasias eróticas, os casais  adeptos de novos costumes vão reclamar.

Que estão botando coisas nas suas cabeças.

Mensagens subliminares e insinuações só não machucam mais porque crescem pra fora.

Só os outros e certos blogueiros veem.

A Colombina, com esse ridículo nome de pombinha, empregada doméstica e  alpinista social, fisgou o depressivo Pierrot.

Mas logo apaixonou-se pelo Arlequim. Outro palhaço.

Para desespero do dono do Posto Ipiranga, em vez de se esbaldarem em Olinda ou Caicó, foram os três, resolver a suruba em Miami, onde o entrudo rola solto e ninguém é de ninguém.

Evoé!

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***  A seguir, sem que ninguém tenha pedido, o textículo postado no carnaval do ano passado em 3/3/2019.


OLHA O GENERAL AÍ, GENTE

Sempre pensei que a frase:“Ninguém merece ser levado muito a sério” fosse de algum grande pensador. Ou que muita gente fazia bom uso dela.

Engano da Leda.

Procurei até na Tia Google e não encontrei registros.

Conclusão mais do que lógica: ao longo da vida, segui a máxima, criada na minha própria cabeça.

  esqueci de requerer o direito autoral.

Como há um tempo para tudo (do Eclesiastes às redes sociais), chegou o tempo de compartilhar. E o tempo de curtir.

Por maior que seja a importância ou posição hierárquica , ninguém merece ser levado muito a sério.

Comece a agir assim e vamos ver o que acontece.

Garanto que no máximo, pinta  uma demissão sem justa causa.

Nesses novos tempos,  nessa nova ordem nacional, o melhor que se pode fazer é,  aproveitando o tríduo carnavalesco, cantar a marchinha de  Blecaute, como fazia Maria Cabelo, minha babysitter, em Nova Cruz:

“Chegou o general da banda, ê ê

Chegou o General da banda ê á        

Mourão, Mourão.              

Vara madura que não cai.  

Mourão, Mourão              

Catuca por baixo que ele vai

Mourão, Mourão.”

Viu como ninguém merece ser levado muito a sério?

Nem o General da Banda.

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