MINISTRO DE ESTIMAÇÃO
Para o aprendiz de cronista, ainda sem dominar a arte de encontrar na falta de assunto, inspiração, a folha de papel vira telinha apagada de smartphone.
Sai a Lettera Olivetti 82, entra o iPhone 11.
Sem alterego nem destinatários imaginários, resta o garimpo nas redes sociais do que possa interessar a quem escreve e ao respeitável público leitor.
Dias difíceis de entressafra com a governadora de origem popular descansando do périplo pelo circuito elizabeth arden, em negócios da China e com o mergulho de Carluxo Zero-três, nas águas manchadas de óleo da praia do condomínio do barulho.
Nestas horas, a tormenta é vencida pelas luzes do farol Weintraub, ministro de desconcertantes ideias e firmes posições sobre qualquer coisa que considere à esquerda da extremíssima direita.
Com o irmão-siamês também da alta patente na burocracia estatal e tão loquaz quanto, a dupla dinâmica, não deixa ninguém na mão.
Monarquista, ao tentar apagar as queimadas amazônicas, afrontou o republicano francês e a estética da sua legítima esposa.
Sobrou pra Neymar Jr. que vem pagando o canard toda vez que entra em campo.
Na data da proclamação da república tupiniquim, reescreveu a história para que o Marechal Deodoro da Fonseca pudesse usurpar também o lugar há mais de 150 anos ocupado por Calabar.
O alto proclamado ministro da falta de educação não respeitou nem a idade provecta do primeiro presidente que governou por menos de dois anos, não resistiu à revolta da armada e às constantes crises de asma, renunciou em favor do vice, colega de mesma patente (mas de ferro) e morreu, poucos meses depois, aos 65 anos.
Traído pelos companheiros de farda e à falta de cortisona que só seria descoberta 60 anos depois, foi comparado ao ex-inquilino da sala de estado maior da PF em Curitiba.
Além do ensino, pesquisa e extensão, a revelação que a universidade pública é eficiente na produção agrícola e na indústria química, é alvissareira. E estarrecedora.
Segundo nossa mais graduada autoridade educacional, as técnicas empregadas por alunos e professores no plantio, colheita e processamento, garantem a autossuficiência de cannabis sativa. Por enquanto, somente para uso recreacional.
A produção de metanfetaminas a partir das sobras de substâncias químicas de outras pesquisas, alcança elevado patamar, devendo em breve substituir o consumo interno de cocaína cujos insumos são importados e portanto, mais caros.
Rumores de reforma ministerial seletiva e até editorial do mais jornalão dos jornalões exigindo sumária demissão não parecem abalar a usina de produzir constrangimentos e saia-justas.
Quem tiver égua sarnenta e desdentada que cuide. O próximo ano letivo promete.