18 de abril de 2024
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MODELO HÚNGARO

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A festa em verde e vermelho marcou a volta dos torcedores depois do exílio de mais de um ano, dos estádios de futebol.

O Aréna Puskás parecia não ter recebido entre os 65 mil que ocuparam todos os lugares, os 5 mil patrícios mais abnegados que viajaram 3 mil quilômetros para não só mais um jogo, testemunhar um sinal de recuperação e alento de vitória.

No estádio à pinha, somente as esferas armilares pregadas nas bandeiras, revelavam que as caravelas portuguesas também haviam atracado no cais do Danúbio.

O espetáculo, com o favoritismo aceito antecipadamente, como esperado, transcendeu o jogo.

Mesmo na derrota, por táticas, qualidades individuais ou outros ronaldos, ao final, a plateia deu uma colorida aula de fairplay, cidadania e fé na humanidade.

O canto do hino nacional, mais que homenagem aos que representaram a nação, reconheceu que pode-se sair vitorioso apesar do placar adverso.

Com um pouco mais da metade dos seus 10 milhões de habitantes vacinados, a Hungria está presenteando o resto do mundo, um experimento que deverá ser levado em conta para a retomada dos hábitos, costumes e atividades de antes da pandemia e suas restrições.

Enquanto outros países mostram-se menos afoitos, liberando até um terço da capacidade dos estádios, o governo húngaro arriscou a repetida estratégia de misturar futebol com política. Desta vez,  com o forte tempero do perigo refratário da doença avassaladora.

A tese a ser comprovada é se pessoas vacinadas ou sabidamente imunes podem se aglomerar, sem aumento do risco de propagação do mal onipresente.

Não é só a Ciência que está sendo desafiada e testada.

Como em outros e todos os lugares, também tem a política.

Sempre ela. Estúpida!

O medo da pandemia não resistiu à ambição do primeiro-ministro que vai saber em 2022,  em veredicto popular, se merece continuar no cargo que ocupa há 11 anos.

Das mais atingidas na União Europeia, na vacinação, a Hungria não seguiu a orientação do grupo e apressou o processo com importação direta de imunizantes russos e chineses.

No remanso da maré anti-droit que já levou Trump e Netanyahu, Orbán também escolheu  confiar o futuro político à imunidade vacinal.

Sem esquecer que a pátria magiar calça chuteiras.

As coincidências recomendam aos brasileiros  manter um olho em Buda e outro em Peste.

Não é que o nosso Messias, além de ter acolhido a copa desterrada,  procurou a Pfizer para pedir agilidade na entrega de vacinas?

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