23 de abril de 2024
CoronavírusLuto

Morre o artista plástico potiguar Abraham Palatnik vítima de Coronavirus no Rio

xPalatnik.jpg.pagespeed.ic.K4CA2zQ7Xm

Do Globo 

Pioneiro na arte cinética, o artista plástico Abraham Palatnik morreu, na manhã deste sábado (9/5), aos 92 anos, vítima de covid-19. Ele foi internado no dia 29 de abril em estado grave, com sintomas do novo coronavírus, no hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul do Rio.

Segundo amigos, ele sofria de doença pulmonar e havia contraído uma pneumonia há seis meses.

Integrante de um grupo de artistas que inclui nomes como o americano Alexander Calder, os franceses Marcel Duchamp e Victor Vasarely e o venezuelano Jesus Rafael Soto, Abraham Palatnik iniciou, nos anos 1950, seus primeiros experimentos com a arte cinética, investigando o movimento a partir de obras que uniam cores, luzes e elementos mecânicos. A aceitação não foi imediata.

Nascido em Natal (RN) em 1928, o artista radicou-se no Rio em 1947, para onde se mudou após viver na região onde hoje se localiza o Estado de Israel (lá frequentou o Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv).

O potiguar se uniu, na década seguinte, aos artistas do Grupo Frente (Ivan Serpa, Helio Oiticica, Lygia Clark, Aluisio Carvão, Lygia Pape e Franz Weissman), marco do concretismo.

No bairro do Engenho de Dentro, viveu uma experiência que mudaria sua carreira.

Em 1949, impactado pela arte de internos do Hospital Psiquiátrico Pedro II, Palatnik decidiu abandonar a pintura figurativa, iniciando a pesquisa com luz e movimento que resultaria nos primeiro trabalhos cinecromáticos.

Ainda que tenha se tornado um dos principais nomes do movimento concretista, a singularidade de suas obras o manteve numa posição única no cenário nacional. O reconhecimento como um dos pioneiros da arte cinética garantiu sua presença em instituições internacionais, como o Museum of Fine Arts, em Houston, e o MoMA, em Nova York.

90 anos: Sempre em movimento, Abraham Palatinik celebrou aniversário com mostra

Além de suas obras cinéticas, o artista desenvolveu séries como “Progressões” e “W”, nas quais o movimento está sempre presente, ainda que sem a interferência de motores ou engrenagens.

As linhas criadas pela justaposição de filetes de madeira, acrílico ou de cartão mantêm a sensação de que as obras se mexem diante dos olhos do espectador. A busca pelo equilíbrio entre cores, formas e dinamismo é uma marca constante dos mais de 70 anos de produção.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *