29 de março de 2024
Opinião

Na luta livre nas chapas de vereador vale tudo… até dedo no olho

orton cena

A chamada nova política tem deixado o eleitor descrente com as novidades que testam sua capacidade de resiliência e boa fé nos pretensos representantes.

Um exemplo emblemático foi a proibição de coligação de partidos políticos nas eleições proporcionais no Brasil.

Fórmula que as eleições de vereador testará pela primeira vez em 2020. Se o Coronavirus permitir, claro.

Qual a real intenção do legislador de 2017 ao aprovar essa PEC – Projeto de Emenda Constitucional?

Por se tratar de uma mudança na Constituição, a PEC precisava do apoio de pelo menos 49 senadores. No primeiro turno, a PEC foi aprovada por 62 votos a zero. No segundo, por 58 votos a zero.

Este TERRITÓRIO LIVRE tenta responder sobre  a intenção; fortalecer os partidos políticos, cobrar mais fidelidade partidária programática a seus membros, identidade do eleitor, candidato e partido político.

Expectativa, leia-se.

E a realidade?

O mesmo pula-pula de antes, com agravantes de menor identidade ideológica e escrúpulos mínimos necessários a arte de fazer … política.

Aquela política, que não é nova nem velha, que desde a Grecia antiga pretende selecionar a vocação e a ética dentro de uma sociedade.

Uma seleção natural que deveria, observando a ética e moral, distiguir bons e maus políticos. Os dignos representantes daquela … polis.

Mas deixemos a Grecia de Platão de lado e aterrissemos na disputa de uma cadeira no Palácio Frei Miguelinho.

A Tribuna do Norte de hoje traz o novo mapa político-partidário de nossos vereadores. Aqueles que a nova lei quis torná-los mais fieis a suas identidades partidárias.

Para onde vão e onde estavam os vereadores de Natal até semana passada ou até o pleito de 2016? Vejamos.

 Quem fica no PSDB,, novo partido do prefeito de Natal Álvaro Dias?

Dagô Andrade (ex-DEM), Kleber Fernandes (ex-PDT) , Chagas Catarino (ex-PDT), Luiz Almir (ex-MDB), Aroldo Alves , único já eleito pelo PDT.

Como fica o PDT, partido do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves?

Ney Junior ( ex-PSD) , Paulinho Freire (ex-PSDB), Robson Carvalho ( ex-PMB), Felipe Alves (ex-MDB), Nina Souza (ex- PEN), Dickson Junior (ex-PSDB), Dinarte Torres (Ex-PMB), Ari Gomes ( no PDT desde 2016).

Como fica o PT de Fátima Bezerra?

Divaneide Basílio e Fernando Lucena – ambos Petistas desde sempre.

Como fica o Solidariedade de Kelps Lima?

Klaus Araujo e Fulvio Saulo, ambos já SD.

Como fica o MDB de Walter Alves?

Eriko Jacome (ex-PTN)

Como fica o PSB de Rafael Motta?

Franklin Capistrano – já eleito pelo partido

Como fica o PC do B de Antenor Roberto?

Julia Arruda (ex-PDT)

Republicanos de Benes Leocádio?

Bispo Assis (ex- PRB)

PV de Rivaldo Fernandes?

Mauricio Gurgel (ex-PSOL)

Avante de Raniere Barbosa?

Raniere Barbosa (ex-PDT)

PROS de Zenaide Maia?

Carla Dickson (eleita pelo PROS)

Sueldo Medeiros (ex- PHS)

PP de Rosalba Ciarlini?

Cicero Martins (ex-PTB)

PSL de Alexandre Nóbrega?

EleiKa Bezerra (eleita pelo PSL)

PSD de Robinson Faria?

Preto Aquino (ex-PEN)

PL de João Maia?

Ana Paula (ex-PSDC)

Ufa. Tomara que tenham resistido ate aqui. Sem vertigens ou algo do tipo.

É um pequeno retrato da dança das cadeiras na ginástica necessária para encaixar num mesmo partido nomes, regiões, capital de votos, perspectiva de outros tantos, ajudar ao comando geral e … não atrapalhar, principalmente.

A composição dos chapões partidários tem uma lógica inversa a das coligações. Ou a mesma, em determinado ponto de vista.

Os candidatos “escadinha” são recebidos com tapete vermelho. São degraus para os medalhões chegarem lá.

Chegarem não, permanecer, melhor dizendo.

Já os bem votados tem mais restrições. Por quê? Pode ser que não repitam os bons resultados de 2016, ou seja, não sendo capaz de levar outro consigo, se garante às custas dos menos votados.

Deu para entender?

E aí vão se montando as famosas nominatas; agregando e descartando pessoas de acordo com seu valor de servir a um projeto político, que pode coincidir com a vontade da maioria, do povo que o elegeu.

Mas que pode também  se apequenar e servir a um projeto de ganhar o comando dos pares numa disputa futura.

Qual? Basicamente, permanece do jeito que está.

Com lei nova e tudo mais. O animus permaneceu o mesmo… Há quem diga que piorou.

2 thoughts on “Na luta livre nas chapas de vereador vale tudo… até dedo no olho

  • observanatal

    Como tudo no Brasil, um país viciado em politicagem, em que não ter escrúpulos, ser desleal é “qualidade” para ser político. A ideia da mudança foi boa, a intenção foi boa, mas aí acharam e atestaram donos de siglas partidárias, que convidam e desconvidam os com ou sem mandatos, desde que entre no radar dos votos. Criaram aquelas grandes lideranças que lideram poucos tolos, que acham que mandam em alguma coisa. Criaram grupos que não trabalham pela sociedade, mas pela renovação do próprio poder. Ser autoridade de ver muito bom. Criaram, inclusive, senhores de massas virtuais, que devem fazer com essas massas um bolo solado; Criaram jovens candidatos que já fazem parte dessa política corrupta que existe por aí, daqueles que são capazes de tirar até a mais básicas das cestas distribuídas para tirar vantagem.

    Essas mudanças partidárias apenas mostram que fidelidade partidária continua sem existir, que o mau-caratismo impera, que continuamos não tendo os mais preparados, nem do ponto de vista intelectual/cognitivo, e menos ainda do ponto de vista moral.

    Podemos imaginar o pandemônio depois da pandemia se os mandatos forem prorrogados. Essa eu gostaria de ver!

    Dona Laurita, Aroldo Alves foi eleito pelo PSDB. E Franklin Capistrano continua no PSB, mas tem dito que não será candidato. A não ser que tenha mudado de ideia.

    Resposta

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