NADA SERÁ DIFERENTE
O rebanho é cada vez maior.
Mesmo quem não quer, faz parte da manada.
Enquanto não chegarem as vacinas e elas se revelarem eficazes e disponíveis para todos, não tem como seguir a viagem, se não em comitiva.
No campo político, novela para muitos capítulos ainda.
O enfrentamento da pandemia, como não poderia deixar de ser, domina os debates e as eleições. Próximas e futuras. Aqui é lá no andar de cima.
Em poucos dias, com o resultados das urnas e do colégio eleitoral americanos, uma nova etapa se inicia com repercussões em todo o mundo.
Trump reeleito, o curso da doença seguirá sem controle.
No país do sucesso, campeões e recordistas, as vítimas são menos pranteadas.
As mortes, em maioria, de velhos e portadores de co-morbidades, vêm sendo aceitas com naturalidade. O ciclo da vida que abre e fecha, cada um no seu tempo.
Os mais fracos vão ficando para trás, sem maiores lamentos; quem sobrevive, são os vitoriosos, como foram os que voltaram de tantas guerras.
Só esta explicação para a resistência à volta das restrições e à normalidade em meio a outra onda de propagação da doença.
A experiência adquirida pelas equipes de atendimento médico, a diminuição das internações e a disponibilidade de vagas nos hospitais fazem a diferença do que ocorria há poucos meses.
A retirada dos caminhões frigoríficos das portas dos hospitais e o desmonte dos de campanha são recados entendidos por todos.
Os mais jovens, com resistência garantida pelas estatísticas, baixam a guarda, esquecem atitudes de prevenção e pressionam para o retorno das aulas e a busca do emprego perdido.
Trump derrotado, o curso da doença seguirá o mesmo.
O novo governo estará mais perto da Ciência e o que baseado nela, for recomendado pelas autoridades sanitárias.
Tudo a depender da chegada da imunização em massa. E até lá, a mesma espera que se faz hoje. Sem tanto negacionismo.
O comando das ações mudou de mãos.
O antes todo poderoso chefe da maior economia e nação do mundo não consegue fazer diferente das outras.
Desta vez, quem dita as normas são seres bem menores. Microscópicos.
No país da liberdade e do livre arbítrio, todos são formados para o individualismo.
Os self made men (and women) continuam com o mesmo espírito aventureiro dos desbravadores do Oeste e do Espaço Sideral.
O risco faz parte e é regra do jogo.
Não vai ser diferente depois de 3 de novembro.
Em mais um debate, os dois candidatos não mostraram diferenças marcantes, além das críticas pelo que um fez e o outro disse, no passado recente.
Quando nenhum dos dois e ninguém mais, sabia o que fazer.
A não ser, ficar quieto, cada um em seu canto, esperando a besta-fera passar.
Ou ter uma vacina para espantá-la para bem longe.