“Natal trabalha, trabalha Natal” ; remake de fórmula de sucesso ou mais do mesmo?

O ritmo de ano eleitoral só deve ser dado depois do Carnaval. Quando as candidaturas à Prefeitura de Natal, e até de grandes capitais como São Paulo, estarão postas.

Até lá, alguns detalhes/símbolos que merecem destaque.

Quando a expectativa apontava para uma campanha com debate de Plano Diretor; o desenvolvimento X protecionismo, o prefeito Álvaro Dias coloca em campo sua nova campanha publicitária.

Daí a surpresa maior : ” Natal trabalha, trabalha Natal” e aquelas velhas conhecidas imagens de máquinas com rolo de asfalto, dando um banho na cidade.

De pronto acendeu a luzinha na cabeça da colunista deste TL; – Estou desconectada com os desejos da opinião pública.

Naturalmente, o feito é agora é fruto de uma detalhada pesquisa qualitativa, em que o natalense registrou não querer mudança alguma, está satisfeito com o conteúdo e forma apresentados desde a administração Wilma de Faria e tão bem continuado e igualmente bem avaliado pelo ex-prefeito Carlos Eduardo.

A receita era tão boa que a saudosa guerreia utilizava jingle similar em suas campanhas eleitorais. Um refrão chiclete, daqueles que até hoje cantarolamos, diga-se.

Mas uma coisa não fecha nessa busca de resgatar administrações bem avaliadas num recente passado; a nova opção partidária do prefeito Álvaro Dias.

Não é novidade para ninguém o desejo do prefeito de desembarcar o MDB.

Estratégia para tentar se descolar de uma das legendas mais afetadas pelos últimos escândalos de corrupção. Talvez só perca para o PT e seguida de perto pelo PSDB.

Difícil, aliás, encontrar algum partido, que tenha disputado eleições nos últimos 20 anos com passado virgem e imaculado.

Isso só a nossa senhora do compliance promete resolver. Será que consegue?

Mas voltemos a nossa Natal que trabalha, trabalha. E, para muito, precisa trabalhar mais na Saúde e Infra-estrutura, por exemplo.

A aparente incoerência de um político tradicional vitorioso e arrojado com narrativa antiga, mas aprovada e bem avaliada pode ser reflexo do Brasil que vem dando certo. Em termos de comunicação, principalmente.

Aquela turma que se diz “conservadora nos costumes, mas liberal na economia”.