20 de abril de 2024
Democracia

No #ForaMicarla teve invasão à Câmara por 8 dias, diálogo e zero spray de pimenta

A foto e o texto são da deputada federal Natália Bonavides (PT) publicada, na tarde de terça- feira,  para mostrar seu protagonismo no movimento estudantil de Natal:

 Eu tava terminando o curso de direito e fazia parte da comissão jurídica da ocupação, junto com compas do CA Amaro Cavalcanti e do Escritório Popular. Nessas fotos, eu estava lendo a decisão que havíamos conseguido no STJ, para impedir que a polícia invadisse a Câmara
Mas a imagem mostra  muito mais da história recente da capital potiguar do que a participação da deputada.

Evidencia a forma que manifestações de estudantes eram tratadas pelas autoridades, pela Polícia e pela própria imprensa potiguar.

Não se cogitou ali, quando estudantes invadiram e acamparam na Câmara Municipal durante oito dias , a invasão de policiais ou qualquer força bruta equivalente.

Era 2011, direitos como Democracia não eram ameaçados e nem questionados. Respeitado apenas. Como reza, aliás, nossa mesma Constituição.

Os estudantes saíram depois de oito dias depois dias de diálogo, acordo, recuos, interferência da OAB e outras instituições que se colocaram à disposição do entendimento.

Ontem, dia dos estudantes, reação desproporcional do interventor do IFRN e dos policias que agiram com truculência incontestável ao tratar estudantes, no seu dia, que faziam manifestação pacífica.

Pacífica porque até agora não se tem uma imagem de agressão de quebradeira uma lixeira sequer para contar a história dos que defendem e justificam a autoridade pela força via cacetete, coturnos e spray de pimenta.

Movimento que passaria despercebido se não fosse a reação desproporcional escolhida pelo interventor Josué de Oliveira.

A mudança da sociedade em menos de 10 anos é tão evidente que em reportagens sobre o movimento estudantil dessa mesma época, essa mesma Tribuna do Norte registra paralisação na Avenida Salgado Filho:

Apesar de o movimento ter parado o tráfego de veículos em uma das vias mais movimentadas da cidade num horário de grande fluxo, poucos foram os motoristas que se aborreceram. Em suma, a maioria dos que eram parados, faziam um “buzinaço, a peido dos manifestantes, como forma de aprovar o protesto. A paralisação dou cerca de 50 minutos. 

Depois de 09 aos, constatamos a involução, a tentativa de se impor um “novo normal”, quando atos democráticos com voz à discordância são vistos como atentado à ordem .

Onde estavam essas pessoas em 2011? De onde saiu e para onde vai tanta intolerância?

One thought on “No #ForaMicarla teve invasão à Câmara por 8 dias, diálogo e zero spray de pimenta

  • observanatal

    A deputada, que não protagonizou sozinha o tal habeas corpus preventivo e coletivo, esquece que aquele momento foi raro em Natal. Era uma prefeita desaprovada pela maioria esmagadora da sociedade, então havia apoio para os protestos. Houve tensão na câmara municipal, com confronto com a guarda legislativa, com a ameaça psicológica, e até física, da entrada da PM. No final, a PM não invadiu, mas não por esforço de boa parte dos vereadores, e saiu a comissão especial de inquérito sobre os contratos da gestão Micarla de Sousa.

    Hoje é outro tempo. É o tempo em que não se pode discordar sem ser chamado de “mimizento” ou de canalha, ora pela direita, ora pela esquerda.
    Sobre o IFRN, os estudantes não deveriam estar por lá, os policiais não deveriam estar por lá, o interventor não deveria estar por lá. Tudo errado, mas todo mundo se achando certo.

    Resposta

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