NOVA VAQUEJADA
Certamente com o respaldo do comitê científico, as mais graduadas autoridades da saúde pública e da economia liberaram as vaquejadas.
A notícia é alvissareira, não somente para os aficcionados do esporte, como para todos que acompanham o comportamento da pandemia no estado.
Quando já havia previsões que a onda de contaminação, tendo abrandado na capital, propagava-se célere pelo interior, vem esta notícia tranquilizadora.
Que a retomada da importante atividade, sirva de modelo para as demais, ainda sujeitas a restrições.
Como esporte rústico de origem na cultura sertaneja, reconhecido como tal em lei aprovada pelo congresso nacional, depois de amplo e caloroso debate, não poderia sofrer discriminação frente aos desportos importados.
Ainda não ficaram bem esclarecidos as condicionantes para a prática esportiva.
A maior dúvida é quanto à presença de público nas arquibancadas.
Caso ocorra isonomia com o futebol, os espetáculos serão de porteiras fechadas, com transmissão ao vivo.
Uma boa oportunidade para algum deputado em sessão remota, apresentar na forma regimental e dispensada a tramitação nas diversas comissões, um projeto de lei obrigando a TV Assembleia a transmitir as competições.
As justificativas são muitas e pertinentes. A começar pelos novos empregos que serão oferecidos e rateados pelos gabinetes dos ilustres parlamentares. Para eles, isto já basta.
Poderá ser aproveitada a oportunidade de uma aprovação unânime, para ser inserida uma emenda-jabuti, permitindo passar outra boiada.
Com a possibilidade de veiculação de propaganda comercial na emissora estatal. À exceção das que atentem contra os bons costumes.
Cigarros, bebidas, motéis e jogo-do-bicho.
Deverá ser constituída uma comissão mista para elaborar as normas para o retorno pleno da atividade. Em frações.
Mesmo sem a presença do público, os atletas vaqueiros deverão usar álcool somente em gel, comprovada a abstinência por bafômetro, antes de cada entrada na pista.
O uso de máscaras será obrigatorio. Não só para os atletas bichos-homens.
Bovinos e equinos também.
As máscaras para os animais de quatro patas deverão ter o cuidado ecológico de não contribuir para o aumento do efeito-estufa.
Já foi criado na Inglaterra, um dispositivo adequado para bovinos que transforma o gás metano presente no arroto dos ruminantes, em água.
A máscara, testada e aprovada nos Angus, não só diminui os danos à atmosfera como a produção do precioso líquido, ajuda no combate à seca.
Deve funcionar também em Nelores, Sindis e Guzerás.
O dispositivo consegue captar 90% do gás metano que sai das narinas do gado.
A substância volátil também é encontrada nas flatulências e fezes dos animais. Mas esta é outra matéria, a ser abordada em outra ocasião e por outro dispositivo legal.
A segunda fração, tratará da liberação de bares e de música ao vivo nos parques de vaquejadas.
O estilo musical será exclusivamente forró não universitário e os conjuntos, para não haver aglomerações de músicos e tocadores, serão constituídos exclusivamente por sofona , zabumba e triângulo.
Permitida uma cantora. Desde que loura e oxigenada.
Aos que se atreverem a dançar, será exigida distância de metro e meio. Entre as mesas. A modalidade da dança enganchada será vetada.
Bem como a retirada dos protetores faciais.
Fica bem posto e subentendido que os beijos, em quaisquer de suas formas, serão proibidos.
Xêro no cangote, pode.