O Bloco dos Napoleões…
CARNAVAL
* Napoleão Veras
A maior festa da terra
Se não, a mais dionisíaca.
Se a peste não deixou que desfilasse a ‘estação primeira de mangueira’, na praia de barreta, meninos e meninas, moços e virgens, velhos e donzelas, botam trajes exóticos e o seu bloco na rua.
Em vila isabel esse não foi ano dos afinados tamborins, mas ao pé da serra da barriguda um violão fanho traz emoção em torno da mesa de meia dúzia de bebuns sertanejos.
Mil e uma cabeças tem a folia: se pisam alguma, outras brotam de onde menos… com uma alegria que se pode chamar felicidade.
É verdade que ele não nasceu no patropi, mas em nenhuma outra praia foi mais exuberante, louco, sensual.
Veja o diadema dourado desse anjo andrógino, a abstração do biquíni, trejeito de antílope, corpo fino e bronzeado que passa serelepe num compasso e ritmo sincopado, não de frevo rasgado de antigos carnavais, mas dessas músicas de hoje, feitas pra dançar, trepidar, se entregar, ser feliz como o carnaval.