O SOL QUE NOS PROTEGE
De onde menos se pode esperar, uma notícia boa.
De Nova Iorque. Sitiada.
Deu no NYT. Excelente, em meio a tantas outras catastróficas.
Pelo menos pra quem vive nos trópicos, em temperatura e umidade altas.
Com esperanças de dias piores para o coronavírus, quando o verão chegar ao hemisfério norte, dois pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), Bukahri e Jameel, publicaram há poucos dias um trabalho sobre influência do clima na propagação da pandemia.
Ressalvando tudo que poderia se contrapor às suas observações, a nota preliminar “A pandemia por coronavírus vai diminuir no verão?” nos interessa. Muito.
A interrogação não deixa de ser um fio que conduz à salvação, para quem vive, subtraídos poucos dias de invernico e fugaz primavera, para a floração das craibeiras, quatro verões por ano.
Foi observado que a propagação viral foi mais intensa em lugares de temperaturas variando entre 3 e 17° e umidade menor que 60%.
A análise sugere o papel de fatores ambientais na redução da disseminação que estaria limitada, nos próximos meses, ao norte da Europa e dos Estados Unidos.
No mapa americano, tudo isso tem sido observado. Os estados do sul como Arizona, Flórida e Texas têm visto crescimento do surto em menor velocidade quando comparado com Washington, Nova Iorque e Colorado.
A Califórnia estaria em posição intermediária.
A mesma previsão é aplicada aos países asiáticos, com a chegada da estação das monções.
Os ventos que trazem chuvas torrenciais podem ajudar a afastar o perigo invisível.
A partir de 15 de março o papel das temperaturas passou a ser observado, somente onde são mais altas. Em torno dos 20°C.
Os cientistas americanos pouco se referiram ao hemisfério sul mas não custa exercitar o raciocínio e sonhar com dias melhores. Sob o sol escaldante. E radiante.
Como um justiceiro de coração de pedra, o vírus não tem tido complacência com os que habitam regiões onde a natureza foi mais devastada e há maior adensamento populacional.
Hubei e a Lombardia são exemplos.
Ele parece que percorre todos os cantos do planeta, como a escolher o melhor lugar para apear. E construir seu quartel-general.
Onde tenha muita gente junta, espremida nos vagões dos metrôs, respirando poeira das chaminés das fábricas e tremendo de frio.
Nessas horas é melhor não divulgar nossa pobreza fabril, nosso clima ameno e o ar puro. Nem a hospitalidade dos potiguares.
Que o visitante inconveniente e indesejado parta logo e se voltar, que seja só depois da vacina.
E no veraneio.
[Ilustração: Vassoura de cabeça pra baixo, atrás da porta]
Eu, acredito na alta temperatura e os ventos fortes ajudarei e muito na destruição dos coronavirus. ..