20 de abril de 2024
História

OMAR PRUDENTE

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Que a política é ingrata todos sabem. Dúvidas podem ser tiradas com quem já perdeu uma eleição.

Quando ocorre algum reconhecimento, o tempo se encarrega de apagar da memória, a homenagem pelo legado de quem pelo bem comum, trabalhou com afinco e cidadania.

Nome de uma das principais avenidas, Prudente de  Morais (1841-1902) não fez muito mais que figurar na lista cronológica dos presidentes da república,  nomeados em sequência para facilitar a memorização mnemômica.

Terceiro presidente, eleito com menos de 300 mil votos, paulistano quatrocentão, não deixou rastros de sua administração em terras potiguares. Não deve ter nem vindo experimentar nosso pirão de cabeça de albacora.

Mesmo com toda escassez de serviços prestados, ainda ganhou um prêmio extra.

Insistem em chamar pelo seu nome, outra artéria, como prolongamento da honraria imerecida.

Já o engenheiro Omar Grant O’Grady  (1894-1985) não consegue ter sua placa respeitada, apesar de todo direito e mérito.

Filho de pai imigrante canadense, de família irlandesa, a  mãe, potiguar das pradarias e capoeiras do Inharé.

Fez os estudos básicos na província e o curso técnico superior que aqui não havia, nos Estados Unidos.

Voltou para assumir o primeiro emprego, arranjado pelo sogro e chefe da intendência municipal.

Por morte do pai adotivo, herdou o cargo  para logo ser nomeado, primeiro prefeito da capital.

Além do trivial, calçamento da Junqueira Aires, uma levantada na Praça Augusto Severo, ajeitada no cais da Tavares de Lyra e uma geral na nossa Avenida Atlântica (depois Getúlio Vargas, por obra de algum bajulador lambe-botas), trouxe ideias revolucionárias,  assimiladas do jeito de trabalhar do Tio Sam.

Foi o nosso primeiro Chicago boy.

Com o que aprendeu no  Illinois Institute of Technology, transformou o areal no pé do morro que ia dar na praia, em uma Magnificent Mile tropical.

Contratou o arquiteto italiano Giacomo Palumbo para projetar avenidas presidenciais cortadas por rios temporários de nomes tapuios.

Passados 95 anos, o resultado do seu trabalho é reconhecido, lembrado e serve de exemplo para gestores e legisladores.

Por que esquecer dele  na hora de seguir em frente na Integração?

O fato do pioneiro alcaide incluir na sua plataforma de governo a “limpeza social”,  com a retirada de pedintes e maltrapilhos  das vias de circulação, não desmerece a sua obra nem  dispensa a reverência.

Já há quem veja a desomenagem como  articulação de grupos Antifas.

Disso, saberemos quando for divulgado o dossiê da investigação contra o movimento Policias Antifascismo.

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2 thoughts on “OMAR PRUDENTE

  • Pedro Fernandes

    Realmente a maioria da nossa população não sabe e, menos ainda, reconhecem o trabalho de um dos nossos maiores gestores e visionários. Na verdade, toda aquela avenida deveria ser rebatizada por prefeito Omar O’Grady.

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  • observanatal

    Caro Domício, não nos falta apenas o conhecimento da história do RN, mas da própria capital, que parece não ter nada interessante para contar. Não sei quantos livros desses, sobre a importância dos locais, nomes de personagens importantes, foram escritos, mas sei que nos falta contar nas escolas quem somos, quem nos ajudou a chegar até aqui e como, com histórias pitorescas. Parabéns pela lembrança e pelo texto.

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