Partido Novo é o que mais tem desfiliados no Brasil
Na outra ponta, siglas como PSL e PSD estão entre as que mais ganharam filiados em números absolutos. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo a base de filiações partidárias do TSE, que considera 36 siglas — incluindo PHS, PRP e PPL, que anunciaram fusões com outros partidos após as eleições de 2018 —, o Novo perdeu 7,1 mil membros, a maior queda absoluta entre janeiro e novembro do ano passado.
PSL e PSD, que aumentaram seus quadros em 118 mil e 82 mil filiados, respectivamente, estão também entre as maiores variações percentuais. Ambos ficam atrás apenas da Re- de, que teve variação de 43%, mas com crescimento absoluto na casa de 10 mil filiados.
De acordo com o TSE, o país tem hoje 16,6 milhões de filia- dos a partidos políticos.
ASCENSÃO E QUEDA
O Novo, criado em 2015, aumentou em cinco vezes o número de filiados entre 2016 e 2020, atingindo quase 50 mil em seu auge.
Formou bancanda no Congresso em 2018 e elegeu o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Neste ano, porém, emplacou apenas um prefeito entre 30 candidatos e 29 vereadores entre 560 proponentes, além de um fiasco na corrida pela prefeitura paulistana com a impugnação de Filipe Sabará antes do primeiro turno.
Nos estados do Rio e São Paulo, e suas capitais, o Novo teve o maior percentual de desfiliações, quando comparado com PSDB, PT, PSOL, MDB, DEM e PSL, partidos que abrigaram os principais candidatos à prefeitura nessas regiões.
Cerca de 13% dos filiados paulistas deixaram a legenda, bem como 9% dos fluminenses.
Nas capitais a queda foi menor, mas ainda a maior entre os partidos considerados: 5% dos membros paulistanos do Novo desfiliaram-se neste ano, acompanhados de 4% dos cariocas.
O Novo enfrenta divergências entre correligionários sobre apoiar ou ser oposição ao governo Jair Bolsonaro.
Outro motivo de atrito é sobre o modelo ideal de seleção de novos candidatos, que hoje inclui o trabalho de“headhunters” (recrutadores), a cobrança de mensalidade e pagamento de taxa para concorrer aos cargos públicos.
DO TL
No Rio Grande do Norte, o Novo não conseguiu eleger um vereador sequer nas últimas eleições. Chegou a ter um nome para disputa da Prefeitura de Natal, mas a candidatura foi retirada nos primeiros dias de campanha.
Não surpreende.
Igual ao Rede, não tem futuro, não tem consistência, não tem identidade, não tem planos que não sejam dos mandatários das siglas. No caso do Novo, é uma casta.