19 de abril de 2024
Familia

PEQUENAS SAUDADES

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Entre muitas revelações da quarentena, uma é incontestável. Unânime.

Mas vale só pra quem já teve a ventura e a graça de ser avô.

Não há saudade maior.

Não importam as chamadas de vídeo nem as visitas (mascaradas) de calçada e vidros levantados.

É questão de sentimentos.

E sintomas.

A vida sem eles fica insípida, inodora e em preto-e-branco.

(Publicação original em 31/05/2019)

A NETINHA PINTADINHA

Quando chega uma certa  idade, o ritmo da vida desacelera.

Maktub.

Poucos têm interesse e disposição  para começar  novos negócios. Manter o patrimônio e ir gastando aos poucos é o que quase todos fazem.

Empreender com sócios-parceiros, deve ser a última idéia de jerico a  passar pela cabeça dos idosos.  A penúltima é achar que atingiram a melhor idade.

Mas é nessa fase da vida que sem percebermos, começamos mais uma empresa.

Na modalidade Cia. Ltda.

E ganhamos, compulsoriamente, três associados.

A comunhão universal de bens já determina quem é  o primeiro. Natural. E doméstico.

O conge. (apud S. Moro).

Os outros dois, obrigatoriamente, são os pais do genro ou nora.

Já deu pra perceber que avós dividem dividendos, ações, e atenções dos netos. Por quatro. Em partes desiguais.

O lado materno da composição acionária sempre tem mais direitos, regalias e tempo efetivo com o objeto da sociedade. E deveres.  São os substitutos naturais nos impedimentos dos titulares.

Temo que o pátrio poder ancestral seja invocado para o veto a uma próxima visita de Laura, a neta gaúcha.

Com marcas deléveis pelo corpo todo,  podem alegar maus-tratos  de incapaz. Por descuido com as picadas dos maruins da Barra do Rio.

Se assim for, recorrerei à tese da alienação atávica.

One thought on “PEQUENAS SAUDADES

  • Geraldo Batista de Araújo

    Texto maravilhoso.

    Resposta

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