18 de abril de 2024
Trabalho

PERFUME PROIBIDO

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Quando em 1839, Charles Goodyear botou pressão e fogo na borracha, queria somente fazer a seiva que vinha dos trópicos, moldável a qualquer forma.

Virou nome de pneu muito antes que a indústria química criasse, a partir de substâncias extraídas do petróleo, o couro sintético.

Para muitos, ecologistas à parte, o legítimo couro continua  insubstituível.

E seu aroma, inesquecível.

                (Publicação original em 11/05/2019)

             CHEIRO IGUAL SÓ TEM UM

Quando os problemas ainda não eram  com os  órgãos de proteção ao meio ambiente nem se temia  a fatal concorrência dos chineses, os curtumes se preocupavam em  atender às normas técnicas do Ministério do Trabalho.

A atividade, sabidamente insalubre , era vigiada de perto por fiscais que notificavam as irregularidades e davam prazos para resolvê-las.

Depois de um exaustivo esforço para cumprir as exigências da fiscalização, todos estavam confiantes que na próxima inspeção, conquistariam  conceito máximo.

O presidente da empresa que dividia seu tempo entre a indústria e suas fazendas no Cariri paraibano,  estava presente quando chegaram os guardiões do bem-estar da classe operária.

Turma nova, chefiado por uma jovem. Pelo jeito,  gente de fora

O chefe do clã e da empresa familiar decidiu, ele próprio, servir de cicerone no tour  pelos diversos setores da fábrica.

Pensou que havia respondido a todos os questionamentos mas no final da visita,  com aquele sotaque melodioso de carioca, a visitante reclamou de um determinado ambiente.

Persistia o forte odor nauseabundo e para aquilo,  teria de ser encontrada uma solução.

A  agente do governo ficou calada (portanto, deve ter concordado) com a explicação de quem começou na curtição, mal  saído da infância:

-Minha filha, catinga de couro é como a de furico. Não tem quem tire.

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