18 de abril de 2024
Comportamento

PIADA PARA MAESTRO EM DOIS MOVIMENTOS

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Em que lugar do mundo,  o Presidente da República faz piadas com críticas à imprensa, ao congresso e ao próprio governo?

E onde os temas que mais afligem a população são tratados na galhofa?

Se você está pensando em alguma republiqueta sul americana, errou feio.

Anualmente, o chefe de governo da maior potência econômica e militar mundial oferece um jantar aos correspondentes na Casa Branca, e nele, a tradição é comida farta, vinho  da Califórnia e bom  humor.

Sem censuras. Sem achaques.

Um comediante é sempre convidado para em meio a meia dúzia e meia de chistes,  descontrair o ambiente quase sempre tenso do mundo da política.

A tradição é respeitada e todos entram no clima amistoso.

A  primavera é comemorada com fairplay.

Naquela noite, todos sabem, vale quase tudo. E tudo rende notícias e pontos no Gallup.

Barack Obama aproveitava seu pendor para  showman para turbinar ainda mais a popularidade.

Os anos Trump, dispensam humoristas convidados.

Até a falta do anfitrião e sua desculpa pela ausência, viraram graça. E muitas caricaturas do topete.

Como do lado de baixo do equador as formalidades não são mais  respeitadas, o hábito das perguntas e respostas ao portão do Alvorada, que poderia ser um evento especial, uma coletiva do PR, tornou-se acontecimento banal e muitas vezes, anedota de mal gosto. De porta de botequim chinfrim.

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Além da imensa e imortal obra musical,
Tom Jobim deixou uma aguçada percepção critica da terra natal.

Viajante por necessidade e gosto, por onde passava tinha sempre que explicar fatos que aconteciam no país que tanto cantou.

É um país em que as prostitutas gozam e os traficantes cheiram.                           É ou não é um país de cabeça para baixo?

Cansado de tantas explicações, cunhou uma frase nunca musicada e que não deixa de ser atual,  com a qual respondia a qualquer estupefação.

Falecido há mais de 25 anos,  o que diria a maestro sobre a presença de um comediante no gabinete do palácio do governo,  conduzido  no carro n° 1, despachando com ministros, de faixa presidencial, protegido por seguranças e tendo na direção das cenas gravadas, a própria autoridade imitada?

E do ídolo esportivo, de cara, dentuça, madeixas e touca conhecidas por qualquer criança em qualquer lugar  do mundo,  preso como falsificador de documentos pessoais?

No Paraguai.

Talvez, o que repetia sempre depois de toda estória incrível  da surreal pátria idolatrada.

O Brasil não é para principiantes. 

 

One thought on “PIADA PARA MAESTRO EM DOIS MOVIMENTOS

  • Geraldo Batista de Araújo

    O tempo neste site corre mais rápido do que osga* nas paredes.*Para quem não sabe o que é osga, explico que aquela espécie de lagartixa branca que anda nas paredes das casas. Parabéns pelos responsáveis da féliz iniciativa da coluna aniversariante.

    Resposta

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