25 de abril de 2024
Política

Polarização entre Moro e Bolsonaro divide empresários; Flavio Rocha e o sobrinho Gabriel Kanner é exemplo

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A polarização de 2018 entre Lulopetismo X Bolsonarismo parece ter sofrido atualização com o rompimento entre o presidente Bolsonaro e o ex-Ministro Sergio Moro.

Ainda na ressaca da demissão, os dois lideres amanheceram o sábado na guerra virtual do Twitter. As torcidas estão a postos. Uma parte delas é expressiva no PIB e no impacto prático que tem. É o caso do dono da Havan que já desembarcou da nave bolsonarista. Declarou a decepção com todas as letras. O empresário Flávio Rocha, bolsonarista de primeira hora, ex-deputado federal pelo Rio Grande do Norte, é outro exemplo simbólico e segue firme com Bolsonaro.
É uma perda porque (Moro) era o símbolo da coluna mais importante do governo, que foi eleito pela luta contra a corrupção. Do ponto de vista simbólico, é uma perda, mas não acho que represente uma interrupção”, disse ao Estado “Ainda estou muito otimista com a retomada. Economicamente, estamos no caminho certo.” 
A mesma opinião, porém não é compartilhada no mesmo clã de Flavio. O sobrinho Gabriel Kanner disse ao mesmo Estado de São Paulo que o apoio ao Governo Bolsonaro “está totalmente abalado”. Kanner é lider do Instituto Brasil 200:
É impressionante. Todo mundo acreditou que Bolsonaro pudesse fazer uma transformação na política brasileira, uma limpa, combater a corrupção, esses pilares que o elegeram em 2018, representavam que ninguém aguentava mais o que tinha acontecido no Brasil. Hoje, qualquer tipo de esperança que a gente pudesse ter no Bolsonaro veio por água abaixo. Não só pela saída do Sérgio Moro, gravíssima, que abala fortemente a base de sustentação do governo, mas as acusações são extremamente graves. Essa interferência, que ele queria ter na Polícia Federal, não vimos nem na época do PT quando começou a Lava Jato. Mostra outra faceta do Bolsonaro que até agora não havia sido exposta. Faz a gente perder qualquer tipo de confiança que a gente podia ter no presidente. Vai ser a palavra de um de outro. Mas eu acredito no ministro Moro de que o presidente queria ter alguém na PF. 

E o apoio?

O apoio fica completamente abalado. Hoje, contamos com cerca de 300 empresários pelo Brasil inteiro. E apoio se perde. Não tem como manter apoio a um presidente que vai tão de desencontro aos valores que o elegeram. Ele está fazendo o contrário. A gente elegeu o Bolsonaro para combater a corrupção e ele está fazendo o contrário. O apoio fica completamente abalado.  

E Paulo Guedes?

Esse plano Pró-Brasil sem a participação de Paulo Guedes imagino que o ministro deva sair em breve do governo. Isso realmente destrói qualquer esperança que a gente possa ter. Do ponto de vista econômica, é muito grave. A gente vinha de uma mudança de rota da economia, buscando uma recuperação econômica. Vai ser muito difícil a retomada da economia. É muito incerto. Não temos como saber se o Paulo Guedes vai permanecer ou sair. A forma como foi abalada a confiança nos deixa muito inseguros.  

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