19 de abril de 2024
Fake News

PRA NÃO ACREDITAR

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Desde que inventaram as meias-verdades, mentiras só prestam, as grandes.

Isso, o espírito da lei das fakenews não conseguiu captar.

Estórias completamente fora da realidade são contadas, repetidas e aumentadas. E tem sempre alguém para acreditar nelas.

O difícil é o legislador definir com precisão, o que é mentira, quando há um fundo de verdade.

A não ser os políticos, discípulos do filósofo Millôr Fernandes que aprenderam com ele,  a  nunca contar uma mentira que não pudessem provar.

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         (Publicação original em 10/09/2019)


ACREDITE QUEM QUISER

As redes sociais são campo fértil para o cultivo de extravagâncias, notícias mentirosas e tudo o mais ao alcance das criativas polpas dos dedos.

No vale-tudo pela primazia da informação, sites desenvolvem ferramentas  para testar a veracidade  antes que vire trending topic e precise ser depois desmentida.

Muitas vezes o fake parece tão verossímil que é passado pra frente por pessoas sobre as quais não pairam dúvidas sobre caráter e credibilidade.

A mais exuberante e recente  é a notícia que a Polícia Federal havia apreendido com uma ONG francesa, um diamante de escandalosas 2,5 toneladas. Postagens com direito a foto singraram os mares da insensatez.

O engenheiro (não de minas), esqueceu tudo que sabia da teoria das proporções, acreditou na pirita gigante e como um tolo, passou à frente uma verdadeira bomba capaz de decidir a guerra que o exército bolsoleone trava contra Brigitte Macron. Sem filtro, sanidade nem educação.

Até esta fantástica pepita amazônica, o recorde pertencia a uma pedra de 620 gramas (4 milhões de vezes menor), garimpada na África do Sul em 1905.

Fortíssimo candidato aos maiores prêmios do fotojornalismo, o registro do furacão Dorian aproximando-se da ilha, só perderia para o instantâneo dos golfinhos levados pelos ventos, acima do píer de Nassau.              

Nem as tragédias inibem os ultradolicocéfalos das montagens digitais.

Nestas terras de Clara Camarão, as notícias falsas são divulgadas até pela propaganda oficial.

A começar pela refinaria batizada com o nome da viúva de Felipe. Da mesma forma que a homenageada,  de quem não se teve mais notícia depois da morte do marido, foi rebaixada para a categoria ativo industrial e pode desaparecer no mapa que Paulo Guedes anda desenhando.

Estava certo o apelido, me engana que eu gosto.

Tem quem pense que usa a descarga do banheiro na primeira capital 100% saneada.

Erro de cálculo (essas coisas acontecem) ou a cidade cresceu tão rápido sob a nova administração, para faltar enterrar 64% dos canos.

Ainda teremos muita água servida pra pouco esgoto, por muito tempo.

Como quem conta uma não dá conta, a CAERN já está anunciando lucro nos balancetes.

Deve ser o primeiro  milagre a ser atribuído a Nossa Senhora da Privatização.

Acredita-se  em tudo que se vê nos grupos de trocas de mensagens. Até nas estapafúrdias.

Por mais despidos de preconceitos nossos edis, não teria crédito algum  a notícia da criação de uma assessoria para tratar de libidinagem e atividades correlatas, no palácio do frade Miguelinho.

Mas não é que teve gente jurando de pé junto, ter lido o ato de  nomeação do  primeiro chefe da Cafetania Municipal?

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