PRESENÇA D’ELE

Ele tudo pode, tudo vê e tem o poder da transformação.

Mostra os caminhos.

É paciente. Espera o momento certo de agir.

Aponta para as coisas mais importantes da vida, por muitos esquecidas.

Poucos entendem os seus sinais por mais evidentes e claros sejam. Desígnios.

Não respeita as fronteiras delimitadas pelos interesses econômicos.

Derruba muros.

Fala todas as línguas.

Está em todos os lugares.

Ricos, pobres, sábios, ignorantes, homens, mulheres, outros, crianças, velhos, jovens, incréus, religiosos, poderosos, oprimidos, prisioneiros, gregários, ermitões.

Todos sentem sua presença.

Potentados das maiores nações, chefes dos exércitos mais temíveis, detentores dos arsenais de destruição em massa,  não sabem como enfrentá-lo.

Invisível, ataca sorrateiramente.

Sem que seja percebido, e usando os pontos fracos de onde se instala, destrói e vence cada batalha, pra ele, final.

Em pouco tempo, domina os sobreviventes.

Cada soldado conquistado é mais um para lutar a seu lado, propagando suas ações por todos os lugares.

Sem publicar decreto algum, estabelece normas de conduta e novas regras de comportamento.

Depois dele, só o que verdadeiramente importa, interessa.

Determina que as pessoas cuidem de suas vidas e dos seus mais próximos. Que permaneçam mais em suas casas que nas ruas.

Que evitem aglomerações e situações de estresse.

Demonstra como o ar poderia ser mais puro, o ambiente limpo e menos perigoso se a produção de  bens e supérfluos fosse livre de poluição.

Viagens desnecessárias, suspensas, ensinam aos que vão sempre mais longe, apenas para mostrar riquezas, que o que querem conhecer está bem mais perto. Dentro deles.

E troca o maravilhoso e deslumbrante tour fantástico, por um bilhete para uma jornada interior.

Obriga que escolas suspendam suas atividades e faz mestres e alunos refletirem se o que se ensina é o que precisa ser aprendido.

Sem ter produzido uma só gota, nem ter participado de reunião de países produtores, estabelece redução dos preços exorbitantes, cobrados, há décadas, pelo petróleo e seus derivados.

Aos que esqueceram o dito, ganharás o pão com o suor do teu rosto, relembra o vaticínio, com a queda das bolsas de valores.

E fulmina a farra dos rentistas e especuladores.

Até em hábitos mais corriqueiros, dita novas regras de convivência.

Que evitem apertos de mãos que não signifiquem amizade verdadeira.

Beijinhos na face, fingidos ou não.

Nem pensar.