19 de abril de 2024
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PRESSENTIMENTO BATISMAL

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             (Publicação original em 11/03/2019)

O destino do país parece que sempre  dependeu das patas dos cavalos.

À falta de estradas e palanques, devemos os anúncios da Independência e da República aos lombos deles.

E às espadas desembainhadas.

Meios de transportes mais modernos não tiraram dos corcéis os lugares que conquistaram na História.

Nos tempos que o cargo era privativo do generalato, o último deles dizia preferir o cheiro das baias ao do povo.

Agora o capitão paraquedista reage aos modos de um batizado.

Pela inocência de um neto.

                CAVALO BATIZADO

No fervor da infinda disputa, às vésperas da eleição do segundo turno, levo os netos para a fazenda.

Cavalos selados,  vamos para o passeio. Antes, as apresentações de praxe:

-Este é o cavalo Pé-de-Pano. Mansinho, na medida  para a criançada.

-O outro é mais arisco e ainda não tem nome.           

Foi quando o neto de três anos fez  o pedido. Queria batizar o quadrúpede.

Sabe como é avô.

Mas o nome escolhido não tinha como dar certo.

Não adiantaram os argumentos.

Que nome de cavalo é diferente de nome de gente.

Que ao invés do escolhido,  melhor seria um outro nome que apenas evocasse, se referisse ao homenageado. 

Capitão.

Presidente.

Taí,  belos nome para um cavalo.

Sugestões rejeitadas.

Ali mesmo, muito longe do Rio Jordão, o equídeo recebeu nome, “middle name” e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro.

Mas atende pelo de guerra.

Êia. Pra frente!

Vamos lá, Bolsonaro!

Parece que o garoto sabe dar nome a cavalos.

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