23 de abril de 2024
Coronavírus

PROFISSÕES DO PRESENTE DO FUTURO

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Cientistas, alquimistas e ivermectinos têm pelo menos um pensamento convergente e unânime.

A pandemia não vai acabar como uma gripezinha qualquer.

A permanência será maior que a prevista de quando andava só pelas terras do Oriente.

É bom já ir se acostumando com as mascarilhas, essa coisa de viado,  que até ele não está livre de usar.

Pelo que se pode notar no comportamento errante, a doença deverá ficar em repouso, e sem aviso algum, aparecer em um ou outro lugar, mostrando de novo, os dentes afiados.

Todo cuidado será pouco. Atentos, é preciso.           Fortes, necessário. Tementes, sempre.

Chegou a hora de praticar  as velhas lições que os  professores ensinaram e que estão guardadas  na mesma  pasta onde ficaram esquecidas a fórmula  da raiz quadrada e outras inutilidades.

Finalmente, saberemos qual é o preço da liberdade.

A eterna vigilância acrescida de juros e um  quê de paciência de Jó.

É tempo de fazer as coisas de sempre, como nunca foram feitas antes.

A roda nem precisar ser reinventada, outras formas de girar, sim.

Quatro meses de quarentena foi o tempo de apreender o que não se conseguiria em um desses cursos de quatro anos que formam filósofos, sociólogos e outros sabichões.

Pra começar, que os 40 dias que entediavam os marujos das caravelas não são mais suficientes para  afastar o perigo das pestes vindas embarcadas d’além mar.

Que o azulejo desbotado, pregado ao lado da porta de entrada, está certo.

O lar, pode ser doce.

Que o mundo é muito pequeno e não é preciso ir longe para prová-lo.

O tempo, não se consegue mais prender entre ponteiros de relógios.

Não fazemos a hora.

E que desculpem os poetas, tudo que podemos fazer, é esperar acontecer. Como os nossos pais.

Para os saídos do isolamento do coma induzido, surgem oportunidades de emprego e novas ocupações. Saber as que estarão em alta será a diferença entre o ócio e os bolsos menos vazios.

Verificador de estado febril.

Função que vai muito além de leitor de termômetro, mesmo os sem contato, por disparos de raios laser.

Entre os que serão melhor sucedidos, aqueles que tenham a capacidades de descobrir no pouco que resta à mostra num rosto mascarado, um olhar esmorecido.

E saber distingui-lo dos tristes, dos apaixonados ou dos genéticos, de cabra morta.

Espaçador de gente em fila indiana.

Serão preferencialmente recrutados os que  tiverem a capacidade de associar a velocidade de deslocamento dos enfileirados, levando em consideração o tempo gasto entre o desvio do olhar da tela do celular e a retomada do movimento.

Outras atividades não têm correspondido às expectativas iniciais.  Quem investiu em fabriquetas de máscaras faciais dificilmente vai se livrar de prejuízos.

O excesso de oferta e a diversidade de matéria-prima derrubaram os  preços.

Economistas explicam que bastaram  poucas semanas epidemiológicas, para surgir o já esperado fenômeno Big Milk.                                             

Em cada rua uma facção, em toda esquina uma costureira.

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