19 de abril de 2024
Coronavírus

QUERIDO DIÁRIO

204ED5FA-2C0F-4E05-889B-D9973925C66DO plano estratégico era seguir a sugestão  dos  manuais de sobrevivência no bunker doméstico, enquanto ouvimos o toque de recolher da guerra que devasta outros palcos.

Atento.

Forte.

Com muito tempo pra temer.

Por que não começar um diário?

Registrar tudo que se passa e passa pela cabeça. E o que é resgatado da memória.

Lembranças, faltas, desejos, convicções, ausências, medos, incertezas, mudanças.

Um dia alguém haverá de ler. E entender.

A estratégia de começar logo cedo, mais uma vez adiada. A vida que segue, não dá trégua.

Nem tudo é maravilhoso. Nem divino.

O post agendado de véspera, recebe um comentário e no primeiro bom-dia, a crítica mordaz.

Hoje, fiquei na missa sem ver o padre. Não entendi nada.

O leitor da madrugada ainda lembrou que era filho de agricultor, como se um engenheiro bem sucedido não tivesse suas próprias experiências  gastronômicas.

Logo ele, caixa-alta que parece entender tudo dos brunelos, capelinhas e borgonhas.

Podia ser o mote pra lembrar outras delícias que vão ficando mais gostosas quanto mais inesquecíveis.

E de vinhos que não sabemos, terão o mesmo bouquet nos dias que virão.

Um banquete.

Lefse, moussaka, baklava, pinot noit.

Mas aí, a trabalheira pra explicar o que é pão, salgado, doce, líquido.

O que lembra a Noruega e a Grécia. Ou será França, ou Turquia?

Melhor, procurar notícia boa na caixa de e-mail.

Jornalista em disponibilidade,  lembrou da matemática do ginásio em Jundiaí e manda para os amigos e conterrâneos, os números que não ganham  destaque nas estatísticas do avanço da pandemia no país em vertigem.

07FBD03A-6B18-4A6D-AE5D-CF3D8AEE3DC1Pelas contas de Flamínio d’Oliveira, os números são os mesmos mostrados na TV. Sem pessimismo nem desesperança.

De fato, esse registro negativo está correto, é real. No entanto, a reportagem  não enfocou  e omitiu a parte positiva  verificada no mesmo período, quando a média de novos contaminados e do número de óbitos caiu.

A manhã nem foi rendida pelo almoço, marcado para  o encontro dos ponteiros e tantos dramas individuais invadem a telinha, janela para o mundo, que é melhor deixar pra remexer nas emoções, depois.

Adianto o título.

Meu diário no paraíso.

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