REAÇÃO AO AI-17
A promulgação do Ato Institucional N° 17, no Diário Oficial do Território Livre, não ficou sem a pronta reação dos gentílicos do Bananão.
Muito diferente dos idos de 68.
Naquelas priscas, o inspirador ai-zero-cinco chegou arrasando os quarteirões. As multidões não mas os tanques e blindados foram às ruas.
Os políticos da oposição correram para embaixadas e consulados em busca do agridoce exílio.
Nenhum jornal publicou editorial, exceto o Globo e todos os outros apoiadores do regime.
A Veja, lançada há seis meses, não deu capa.
O Jornal Nacional nem existia mas Gontijo Teodoro, o Bonner do Repórter Esso, leu a notícia tão sério como se estivesse sentado no trono, em ação.
Tudo havia começado com um discurso do Deputado Márcio Moreira Alves, mais provocador que uma entrevista do zero-três a Leda Nagle, conclamando o povo para não participar das comemorações do 7 de setembro.
Foi mais longe ainda, com a sugestão para que as moçoilas não namorassem os milicos.
O ministro Moro da época pediu autorização à Câmara para processar o empata-romance.
Deu ruim.
Os hômi não aceitaram a derrota e sem precisar mandar nem um cabo e dois soldados, fecharam a casa rebelde e aproveitando o embalo, a vizinha geriátrica.
Cinquenta anos depois, o cinza tem outros tons.
As ruas não param de falar pelas ondas das redes sociais.
Só pela transcrição do famigerado, inoportuno e reprochável ato discricionário, sem emitir qualquer juízo de valor, este TL recebeu um data venia e vários considerandos da médica pediatra Suzana Rodrigues, da gloriosa turma da UFRN 77:
“Concordo mas não no todo.
Considerando que
- Os três garotos são rapazes inteligentes, criados no seio da política, todos com cargos de representação por voto popular, inclusive um parlamentar eleito e reeleito pelo estado de São Paulo com 1.843.735 votos, o maior número na história do país (fonte Google).
- Quando uma fera é ferida no corpo (com uma facada quase mortal), a alma e o coração reagem. E os escudeiros (para não fugir ao DNA passional) também reagiram à altura ao ataque covarde e mentiroso. 3
- Bolsonaro não é rei e nem está nu (conto de Hans-Christian Andersen) mas vestido com a carapaça que ele teceu ao longo de mais de 30 anos de vida pública.4.
- Comparando com os outros filhos de certos governantes, nenhum ficou rico tão subitamente e tão desonestamente. 5.
- Nada contra você, meu caríssimo e amado colega, mas deu vontade de escrever esses comentários.”
O preço da velha calça azul e desbotada é a eterna vigilância.
Talkei?
texto interessante.