Renuncia de Jânio Quadros, um sonho que só durou sete meses
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Eleito como líder de uma verdadeira revolução pelo voto, Jânio Quadros representava um novo modelo de políticos de uma nova geração, como John Kennedy e Fidel Castro, mas renunciou o mandato surpreendendo a todos, sete meses depois de sua posse, há 59 anos, no dia de hoje.
Ele, inscrito pela UDN , derrotou o marechal Lott, do PSD, que tinha o apoio do presidente Juscelino Kubistechek que saia nos braços do povo com a construção de Brasília, mas tinha pouca identidade com ele.
Jânio introduziu um novo estilo de Governo, inserindo o Brasil numa onda de renovação da política mundial. O candidato que percorreu o Brasil com uma vassoura na mão, para varrer a corrupção governou vestindo um safari indiano e abolindo a gravata.
SETE MESES ALUCINANTES
O Presidente Jânio Quadros subira ao poder, com apoio da direita e da ala populista. Apesar de não contar com maioria no Congresso, passou a governar com grande afirmação, eleito que fora por maioria absoluta.
Seu vice-presidente, João Goulart, fora eleito graças ao trabalho em prol da dupla “JAN-JAN” (Jânio e Jango). A Constituição de 1946 à época permitia que o presidente e o vice-presidente tivessem as votações separadas e fossem de partidos diferentes. Apesar de João Goulart representar o partido da oposição (PTB), não oferecia ameaça à forma de governar de Jânio.
Tinha Jânio estilo próprio. A tônica era a dos “bilhetinhos” (se antecipando ao estilo de governar por twiter), que com desenvoltura e êxito, ele próprio escrevia, substituindo os protocolares ofícios. Com o passar do tempo algumas ações espetaculares começaram a deixar preocupados os que depositavam absoluta confiança em seu governo.
A maior consequência veio quatro anos depois, com o movimento militar que depôs João Goulart.