20 de abril de 2024
Imprensa Nacional

Repercussão Nacional: Padre Murilo diz que não ameaçou ninguém, nem mandou atear fogo em nada

Deu no Globo 

O escândalo sexual envolvendo um padre que teria mantido relações sexuais com o noivo de uma fiel balança as estruturas da Igreja no Rio Grande do Norte e tem mobilizado fiéis e religiosos.

Irritado com as notícias, que foram divulgadas primeiramente por uma rádio local, o padre Antônio Murilo de Paiva, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no município de Parnamirim, reagiu de forma agressiva durante celebração de missa, neste domingo (5), ao dizer que “em outros tempos”, o jornalista Gustavo Negreiros, responsável pelo furo de reportagem, “teria uma arma apontada para a cabeça” e “comeria o jornal”.

O padre disse ainda que já teriam colocado “fogo” na rádio.

Se fosse em outro tempo, do Frei Damião, ele já teria organizado o povo para tocar fogo naquela rádio que fala mal dos padres. Você sabe que padres tinham exércitos. Era comum andarem com o 38 “de banda”. Eu vi isso várias vezes”, afirmou Murilo.

Frei Damião foi um padre italiano radicado no Brasil, tendo fincado seu sacerdócio em Pernambuco e ficou conhecido por suas ações de caridade e por um grave problema na coluna que o fazia caminhar curvado. Por muitos nordestinos, é considerado santo e encontra-se em processo de beatificação e canonização desde 31 de maio de 2003.

O GLOBO procurou Murilo de Paiva, que disse que fez apenas uma “contextualização histórica” sobre como os padres agiam antigamente.

Segundo ele, em nenhum momento foi emitido juízo de valor sobre o uso de armas ser correto ou não, e afirmou, em seguida, que é contra o porte de armamentos. Murilo disse também que o jornalista teria tirado um trecho de sua fala e usado de forma tendenciosa para gerar engajamento.

Ao ser questionado sobre o comentário a respeito do padre Júlio Cezar durante a homilia, Murilo disse que não defendeu o ato sexual, mas sim o fato de “padres nunca serem defendidos pela sociedade”.

Em palavras do sacerdote, o colega não teria cometido crime, apenas um pecado.

Ao ter se arrependido e se confessado, ele estaria automaticamente perdoado por Deus para seguir em comunhão com a igreja e os fiéis.

— Não ameacei e nem mandei atear fogo em nada, eu apenas contextualizei historicamente as coisas. Hoje estamos em outro tempo, só que é preciso reagir porque estamos (os padres) sendo ameaçados, ninguém defende os padres. Nós que dedicamos 24 horas ao povo ficamos à mercê das difamações.

Outro ponto é que em momento algum eu disse que o padre em questão estava correto, mas ele reconheceu o pecado e foi se confessar. Também pediu que a outra pessoa fosse se confessar com outro padre. Não houve adultério, porque na ocasião eles não estavam casados.

Mas, a partir do momento que ele se arrepende de coração e pede perdão, ele é absolvido do pecado e está apto à comunhão.

O padre está sendo penalizado por um crime que não cometeu — disse Murilo, acrescentando que é contra a homofobia e a favor da divulgação de casos de violência sexual que envolvam sacerdotes.

Já o jornalista Gustavo Negreiros disse que registrará um Boletim de Ocorrência contra o sacerdote, que, segundo ele, agiu em tom de ameaça.

DO TL 

Ainda bem que não estamos  “em outro tempo”.

Estamos num tempo em que jornalistas, padres, fieis e infiéis podem se pronunciar livremente.

Desde que não cometam crimes contra ninguém…

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