24 de abril de 2024
Educação

RN no pódio

 

Mesmo com as  perdas dos alunos da rede pública de ensino ainda não calculadas, o Rio Grande do Norte pode reinvidicar o recorde de dias com as escolas completamente fechadas, incluídas as aulas à distância.

Comparada com a média sul-americana, a pior do mundo, os dias sem aulas nas escolas potiguares foram multiplicados por dois.

Quando os comitês científicos liberaram a volta do ensino presencial, começou a temporada de greves.

Quanto aos prejuízos acumulados, não se falou mais no assunto.

Crianças na América Latina experimentaram a maior perda de aprendizado durante a pandemia,

Ana Lankes, para o The New York Times, em 27/06/2022

Dois estudos de agências das Nações Unidas e outros grupos de desenvolvimento pintam um quadro sombrio para uma geração de estudantes latino-americanos, que perderam quase metade de seus dias letivos desde o início da pandemia e cujas habilidades de leitura e matemática estão ficando drasticamente para trás.

Quatro quintos das crianças no final da escola primária agora não conseguem entender um texto escrito simples, mais da metade antes da pandemia, de acordo com os relatórios.  Apenas a África Subsaariana tem piores resultados educacionais.

O fechamento de escolas na América Latina durou mais do que em qualquer outro lugar, exceto no sul da Ásia – uma média de 225 dias, em comparação com 141 dias para escolas em todo o mundo em geral.  A falta de acesso a computadores e à internet significa que muitas crianças desistiram ou receberam instrução ruim. 

As pontuações médias em leitura e matemática para alunos da terceira e sexta séries podem ser piores hoje do que há 10 anos, eliminando uma década de avanços modestos, de acordo com um relatório – e os efeitos podem ser permanentes.

Os alunos de hoje podem esperar ter uma renda 12% menor ao longo da vida, o que significa uma perda de US$ 1.565 em ganhos médios anuais, segundo os estudos.

“Minha maior preocupação agora é que isso realmente interrompa o progresso que estávamos fazendo lentamente para melhorar as oportunidades e reduzir a desigualdade, que é o maior problema que temos na América Latina”, Carlos Felipe Jaramillo, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e  Caribe, disse em uma entrevista.

A América Latina já era uma das regiões mais desiguais do mundo antes da pandemia, e as perdas de aprendizado atingiram particularmente os grupos vulneráveis.  No Brasil, por exemplo, o relatório do Banco Mundial observou que apenas cerca de um terço dos alunos afrodescendentes têm acesso a um computador em casa, em comparação com mais da metade dos alunos brancos.

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