SÃO MESMOS EXAGERADOS
No noticiário do fim-de-semana, a falta de limites foi o que mais chamou a atenção.
No interior de Goiás, um golpe de vivaldinos começou com a falsificação de remédios para emagrecer. Até fugir do controle.
A voracidade da clientela ajudou.
Tanta procura que o jeito foi usar uma britadeira para misturar as substâncias.
Até na logística para a distribuição do produto, a falta de escala. E medida.
Uma Ferrari no lugar do furgão.
No oeste da Bahia, um auto-intitulado e improvável cônsul, ganhou nos tribunais, o direito à propriedade de mais de 250 mil hectares de terras.
Ocupadas e produtivas.
O golpe começou pequeno, com questões de fundo de quintal.
Sem freios, foi dando certo e envolvendo cada vez mais gente. Graúda.
Até o ponto que não deu mais para continuar. Nem parar. Nem explicar.
Réu confesso em esquema de propinas, o ex-governador carioca confidenciou a um amigo que seu maior erro foi a falta de limite.
Não mostrou arrependimento pelo que fez, só pelo quanto fez. Perdeu o timing do breque.
Chegou ao ponto de ter juntado tanto dinheiro que sua preocupação passou a ser como guardar tanta grana. Em espécie.
Sabia que não teria como gastar tamanha fortuna numa única vida.
Passou a ser movido por um incontrolável desejo de ter mais.
E a perder o sono com a preocupação que papel-moeda também mofa.
Exagero não é produto exclusivo da ambição.
O amor também solta suas rédeas.
O mecânico de Porto Velho ganhou seus 15 minutos de fama e viralizou nas redes sociais, pelo presente de Natal que escolheu para a mãe.
Ao invés de dar um treinamento intensivo à genitora, reincidente reprovada em testes de direção, ultrapassou pela direita e entrou na contramão. A toda velocidade.
Travestido de senhora respeitável, rosto depilado com torturante cera quente, peruca grisalha, maquiado e até de unhas pintadas. De carmim. Tentou se passar pela mãe cangueira.
Na prova de volante foi descoberto antes de engatar a terceira marcha.
Acabou na audiência de custódia.
Sua estória dividiu com o Brexit, espaços nos sites ingleses do The Guardian e da BBC.
Na alta cúpula do governo, ainda sem escândalos de lavagem-rápida, o difícil é saber quem perde o prumo com mais frequência.
Menos nesta semana da OP25 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas).
Já pela bola sete, pelos rolos do passado na administração paulista, com pedidos do Ministério Público pela sua exoneração e a confusão que aprontou em Madri, merece o troféu, o ministro do meio-ambiente.
Pela postagem da foto de gorduroso churrasco no seu Twitter.
Tem hora que a chapa esquenta.
Eu tenho uma receita infalível para perder peso: fechar a boca, comer muita folha e poucos tubérculos. Beber moderadamente também ajuda.
A impunidade leva ao mal intencionado se exceder