19 de abril de 2024
Comportamento

SEM RETOQUES

 

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Não é só a falta de tinta nos cabelos que está mostrando como realmente somos.

O recolhimento em quarentena revela muito mais.

Alguns parecem tão incomodados com o que veem no espelho e com o que descobriram ser que não pensam noutra coisa.

Flexibilizar pra fugir.

Não imaginam que em pouco tempo, estarão invejando quem consegue viver com menos.

E achando bom.


(Publicação original em 23/08/2019)


BEM DE VIDA

Ideal de todas as religiões, destaque nos manuais de ética, objetivo final das pessoas de todas as raças.

O cancioneiro já disse, até que existe.

Não tem sido fácil de encontrar com a vida tão atribulada e corrida.

Confunde-se com posse, poder e fama. Para quem quer sempre mais.

Há quem diga que é mais fácil achá-la nas coisas mais simples da vida.

Só depende de quem procura. Um dia, qualquer um (como os gregos) pode topar com seu bom demônio.

A verdade é que está por aí, disponível a todos mas poucos admitem privar de sua intimidade.

Com a família bem encaminhada, passando dos 70, ainda trabalha.  Não por necessidade. A depender dele, a clientela fiel ainda vai manter o sorriso por muito tempo.

Mesmo que só atenda dois pacientes por turno. Com única exigência, têm que ser amigos do peito e das antigas.

Com a saúde restabelecida depois de penoso tratamento, nunca reclamou de complicações que a cirurgia radical causa em quase todos que a enfrentam.

Os hobbies da juventude mantidos, agora muito mais interessantes, compartilhados com os filhos.

O interesse por carros não diminui. Desde que sejam 4×4, com força pra enfrentar todo terreno e desafio.

Com muitos planos para o futuro. Todos incluindo a participação dos netos, ainda muito pequenos para tudo que tem programado.  Sem pressa. Vai esperar. Tudo no seu tempo. A vida tem ensinado assim.

Quando percebeu que estavam mais raros os encontros com os velhos amigos nos lugares de sempre, reservou um dia da semana para visitá-los em suas casas.                               

Foi das melhores ideias. Muitos visitados voltaram aos papos coletivos.

Família grande, expandida com as noras, genro e quem mais veio junto. Sempre uma festa  que nunca perde.

Oportunidade de fazer o que mais gosta. Jogar conversa fora, contar algumas piadas remasterizadas, e esperar se ainda fazem sucesso.

Em Campina Grande não tem gargalhada  mais contagiante. Começa a rir pelos ombros. Depois,  os 84 músculos da face e a quase convulsão de alegria.

Não é à toa seu lema, repetido quando surge uma chance. E sempre aparece.

-Vivendo e achando bom.

Inesperado foi o comentário de um amigo, seguido pelo silêncio  também invejoso  de outros  que acabavam de desfrutar  um pouco do seu convívio.

É tanta felicidade que chega  a incomodar.

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