25 de abril de 2024
Política

SUA EXCELÊNCIA, O LADRÃO

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Na Câmara Municipal de Camaragibe, Pernambuco, um vacilo de um vereador e um lance de um esperto colega, terminou em inflamado discurso.

O celular esquecido na mesa diretora, como achado não é roubado, passou pelo bolso do paletó do ágil edil, pra terminar encontrando um novo dono na feira do vuco-vuco .

O acusador em sua denúncia usou vasta sinonimia. Larápio, gatuno, punguista, sete dedos, até o humilhante rato de meia-tijela.

O acusado permaneceu em silêncio,  aparentando tranquilidade e até satisfação com o tratamento regimental e cerimonioso recebido.

(Publicação original em 05/09/2019)


NOSSA EXCELÊNCIA

Fiel ao emprego correto dos pronomes de tratamento, o rock dos Titãs identificou os condestáveis da república  pelos detalhes das  suas  aparências.

Ministros, magistrados, deputados, vereadores senadores.

Todos com suas mangas, capas, golas, fundilhos, perucas.

Nos vocativos e xingamentos,  outras características comuns causaram polêmica e censura.

Incluindo a auto, em curso neste pedacinho de território livre que faço questão de manter proibido a bestas e aluados.

Inspirado no mensalão, o hino de guerra dos gigantes, é sempre atual.

Continua no petrolão, na lava-jato, na lava-toga, escalando os céus dos poderosos.

E não deve cessar até destronar Júpiter e outros deuses do Olimpo.

O meritíssimo de Araraquara que exigiu tratamento mais cerimonioso de um colega de ofício, não deve saber da homonímia poty-guarany, adotada  nesta nesga da Ilha de Vera Cruz, quase saindo mar a dentro.

De uso universal e democrático, não requer pedido, fidalguia, requerimento, ordem, cerimônia nem requifife.

É antigo o costume que  nem as invasões holandesas e yankees conseguiram acabar.

Desde que o Torto mandou o primogênito Jerônimo,  amansar as índias do estuário ao norte da sua capitania, a heráldica e a hierarquia têm sido muito bem respeitadas.

Terra de quem sabe homenagear  as senhorias, reverendíssimas, eminências, magnificências, majestades, onipotências, como não saber saudar adequadamente também os Exmos. Excelentíssimos?

Aqui todo e qualquer maracatu  sempre foi tratado por excelência.

Basta merecer.

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