24 de abril de 2024
Coronavírus

SUCURSAL DO MEDO

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O tempo de recolhimento forma novos hábitos.

Pela frequência encontrada nas redes sociais, responder enquetes é das melhores maneiras de fazer  os minutos e horas passarem sem traumas.

A cada resposta adicionada, o percentual de escolha é logo informado. Assim, ficamos sabendo num instante, quantas pessoas têm o mesmo pensamento.

A pergunta que o arquiteto pernambucano fez aos amigos, despertou interesse e  merecia ser analisada com calma. Não é de se responder facilmente.

Um comentário ao post do dia, deixou para depois o instigante exercício de futurologia.

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O linguajar raivoso, contemporâneo, não causou surpresa mas lembrou Cícero e como nosso Senado deveria ser.

“O tempora! O mores!                                                  Até quando seremos forçados a viver tempos deploráveis?”

A beligerância  e os maus costumes vêm de longe. E mais de cima.

Das mais altas autoridades. São reproduzidas sem nenhum pudor na imprensa e pelos perfis robotizados.

O título de uma matéria deve ter sempre relação com o corpo e conteúdo. Sutilezas à parte.

Quando Silvio de Abreu, há 25 anos, escreveu a novela de retumbante sucesso, sabia que até o último capítulo, despertaria o interesse para sua trama de intrigas, dramas e amores  com o mistério de quem era o serial killer e sua próxima vítima.

Maria da Penha sentiu-se ofendida com palavra que primeiro usada para designar os sacrificados em ritos sagrados,  teve seu uso estendido para qualquer pessoa, animal, coisa ou situação violentada por outrem.

Por analogia, é amplamente empregada e incluída no pranto aos acometidos por doenças. Fatais ou não.

Vitimado por tamanhas  imprecações, restaram  a obrigação da resposta e os devidos esclarecimentos.

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Há uma geração de leitores formados nos 140 caracteres do
Twitter original.

As mensagens rápidas para consumo imediato têm perdido espaços para os escritores de áudios.

São pessoas que têm suas próprias crenças e seitas. E precário vocabulário.

Não admitem pensares divergentes dos que acreditam com fé inabalável.

Navegam sem deixar a rota que outros menos opacos traçaram, por mais que tormentas e mares bravios recomendem correções.

Concluem antes do começo.

Atiram sem saber  onde e quem a bala vai atingir.

Imagino a reação, se minha tivesse sido a pergunta ainda por responder.

Entre o fim da pandemia, o fim do governo do capitão-presidente e o golpe militar, fico devendo meu palpite para o que acho vai acontecer primeiro.

Sinceramente, gostaria que fosse o fim da intolerância nas redes sociais.

 

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