29 de março de 2024
Imprensa Nacional

Superstição: Sem medo de vestir o cocar

Do Globo 

Em viagem a São Gabriel da Cachoeira (AM), o presidente Jair Bolsonaro ignorou na quinta-feira uma antiga superstição do meio político: a de que colocar um cocar pode trazer má sorte.

Em seu governo, não foi o único. Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, agora na mira da Polícia Federal em uma investigação que apura exportação ilegal de madeira, também já usou o adorno.

Na lista dos políticos que preferiram não arriscar está o ex-presidente José Sarney, que sempre se recusou a pôr o adereço.

Um dos episódios foi com o cacique e ex-deputado federal Mário Juruna. Quando era presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB) também recusou o cocar que recebeu de presente de um cacique caiapó que protestava contra a proposta do Estatuto do Índio em tramitação na Casa. Seu avô, Tancredo Neves, que usou o adorno em 1984, é um dos casos que alimentam a superstição no meio político, assim como Ulysses Guimarães, fotografado com o adereço em 1988, durante a Constituinte.

Entre os supersticiosos, outro exemplo apontado é o da então primeira-dama Ruth Cardoso. A antropóloga usou um cocar de penas de águia em 1995, em um encontro de mulheres indígenas, e menos de um mês depois quebrou o antebraço direito ao escorregar e cair no salão térreo do Palácio da Alvorada.

PETISTAS DE COCAR

Dilma Rousseff usou o adorno em 2011 ao inaugurar uma ponte no Amazonas — mesma situação de Bolsonaro anteontem. Ela estava acompanhada do ex-presidente Lula, que também colocou um cocar.

Dilma foi vaiada no evento ao citar o então prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, nos agradecimentos. Ele era alvo de protestos do setor de transporte alternativo, devido a uma polêmica envolvendo o preço da passagem.

Lula, em 2006, na Presidência da República, até tentou evitar, mas acabou colocando um cocar em uma cerimônia no Palácio do Planalto. A solenidade ocorreu a seis meses da eleição em que ele acabou reeleito.

O petista já havia usado o adereço em 2004, em outra cerimônia no Planalto. Em 1994, porém, Lula ganhou um cocar em Campo Grande (MS) e depois perdeu a disputa eleitoral.

One thought on “Superstição: Sem medo de vestir o cocar

  • observanatal

    Bolsonaro colocou o cocar porque o azar mesmo é da tribo que ofereceu.

    Resposta

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