GOLPISTAS NÃO DESCANSAM
Há um certo fascínio exercido por picaretas, trambiqueiros, golpistas e estelionatários de um modo geral.
E algumas pessoas, uma incrível capacidade para atraí-los.
Quando é só um golpezinho sem maiores consequências, tipo uma facada para descolar algum para remédios ou completar uma passagem de volta pro interior, é quase inevitável não se cair. Conscientemente, como um pato.
Quem nunca pisou em cheque que alguém caminhando apressado na frente, em rua movimentada, deixou, caprichosamente, cair?
Na fila do banco, o convite de um senhor bem apessoado que havia notado uma pasta esquecida num canto, sempre despertou curiosidade. E muitos se tornaram cúmplices para ver o que a mesma continha.
Não se aplicam mais contos do vigário como antigamente.
São bem mais elaborados.
Uma senhora, no dia do aniversário, recebeu uma rica cesta de chocolates, presente de uma revendedora de automóveis. O entregador, educadamente, informou que a presenteada pagaria uma pequena taxa pelo transporte, necessariamente em débito no cartão do banco.
As dificuldades com o sinal para completar a ligação com a maquininha da operadora só foram medidas, quando somados os saques realizados em tão pouco tempo.
O perigo ronda as redes sociais e mensagens nos smartphones.
A última moda é uma ligação do serviço de segurança do cartão de crédito para confirmar uma compra, de valor elevado, que está sendo realizada naquele momento, em outra cidade.
Para o cancelamento da transação, pedem os dados bancários.
Algumas vezes, fica fácil perceber a tentativa de fraude.
Ninguém menos que o Superintendente do Banco do Brasil ao telefone, é um exagero de desvio de função.
As ligações são tão parteurizadas que parecem de um call center de verdade. O operador igualzinho aos de todos telemarketings.
Muito educado, abusando bem dos gerúndios, não perde a paciência, nem quando é informado que o golpe era velho conhecido.
Estou apenas realizando o meu trabalho, senhor.