THE INTERCEPT_VATICANO
Em busca do perdão papal, o único caminho é o que leva a Roma.
Acompanhado por dois advogados e graças à intercessão dos velhos amigos progressistas, companheiros das comunidades de base e do Presidente da Argentina, a audiência foi garantida.
Se o visitado estiver de bom humor, o beija-mão não tem erro. Dá sempre uma bela foto.
Melhor quando inclui família.
Mulher com roupas comportadas, saia um palmo abaixo do joelho, véu e a filharada compondo o display.
Pena que Dona Janja ainda não tomou posse. Dizem que por conta de documentação. Já assinada e entregue ao Bessias.
No modelito viúvo, vítima de terrível injustiça, o lobo solitário deve usar roupas escuras, dispensada a gravata vermelho PT.
Recomenda-se evitar falar de futebol, do Corinthians, do San Lorenzo, soltar piadas sobre argentinos e pelotenses.
Para evitar sorrisos incontroláveis.
De tempos em tempos uma bula é expedida com o perdão celestino, evocação ao primeiro Pedro a absolver geral, trezentos anos antes do pecado maior de Cabral, o Álvares.
As faltas cometidas, devem ser reconhecidas e confessadas para receberem a santa indulgência.
No ano santo de 2016, Bergoglio perdoou os que pecaram pelo uso de métodos anticoncepcionais, incluído o aborto.
Os fiés continuam em dúvida.
Se o papa é infalível, a ministra da família brasileira pode ser execrada por defender os mesmos princípios?
Há ainda uma fila de transgressões em análise pelos doutores do direito canônico, esperando indulto da Sua Santidade.
Dos pedófilos de sacristia, perseguidores de imigrantes no Mediterrâneo, mafiosos, césares, brigadistas rossos, batistis, fraudadores do Banco do Vaticano e até sentenciados da Operação Mãos Limpas.
Perdão foi feito pra gente pedir.
Individualmente, a reconciliação pela confissão, perdoa os pecados declinados, mediante penitência a ser cumprida.
Como vários padres e bispos estiveram visitando o prisioneiro de Curitiba, não é leviano imaginar que ainda não foram esgotadas todas as instâncias, daí a necessidade de apelação ao supremo.
O bom é que o Pope Francis costuma seguir a mesma jurisprudência de Gilmar.
O ruim é que algum verdewaldo curioso pode gravar o que nem Moro conseguiu e depois de editado, ir soltando nas folhas, em módicas twitadas.
E se a pena for pedir, de novo, votos pra Dilma Vana?
