TRETA CONDENSADA
Acabou em doce frustração, a notícia que poderia dispensar todos os trâmites no parlamento e apressar o impeachment do Presidente da República.
Um escândalo, sem explicações.
Um verdadeiro flagrante-delito.
Gastar 15 milhões de reais com leite condensado, deixa qualquer pedalada no chinelo.
A extrema-imprensa e os lacradores em geral se apressaram a espanar a poeira das suas facits e publicaram em números, o tamanho do escarcéu.
Quem seria capaz de consumir, em um ano, mais de 2,8 milhões latinhas de Leite Moça, se compradas cada uma a 5,29, no Nordestão da Salgado Filho.
Não adiantaram as justificativas oficiais.
Que os valores nas gôndolas do Portal da Transparência representam o somatório de todas as compras do governo federal.
Abastecimento das forças armadas, universidades e seus restaurantes, institutos federais, hospitais, presídios, escolas, repartições e também, as dispensas das residências oficias.
Nem Mourão do Jaburu pode dizer que daquele leite não bebeu.
A salinha da copa do Palácio do Planalto entrou na conta e ganhou toda a fama do festim.
E ficaram no ar outras perguntas.
Quantos brigadeiros Dona Michelle consegue enrolar na cozinha da primeira família?
Não era para todos os outros numerados estarem tão gordinhos quanto o zero-dois?
Quantas latinhas caberiam enfiadas no rabo da imprensa, destinação sugerida pelo cordato capitão-presidente, sob aplausos do finíssimo chanceler?
Seu hábito alimentar, mostrado nas redes sociais, não desapareceu do inconsciente coletivo e serve para aumentar a dúvida sobre a dulcíssima acusação.
As cenas repetidas dos cafés da manhã no Vivendas da Barra são inesquecíveis.
Uma mesa sem toalha, forrada de farelo e restos de pão, talheres espalhados, uma garrafa térmica, de plástico, Invicta e a inconfundível latinha de leite condensado fizeram do candidato eleito, o mais popular chefe de governo de transição, como nunca neste país, houve.
E mais que ele já vestia surradas bermudas de tactel e camisas de time de futebol.
Para justificar tanto consumo, só se o ritual de deixar o espesso creme escorrer na banda do pão francês, tivesse se transformado em vício.
Até assumir a forma melequenta, mantendo o mesmo nome do precioso líquido branco, e servir de assunto para editorial de jornalão, o que se ordenha do úbere da vaca, percorreu uma longa história.
Data do início do século XIX a procura por um processo que conservasse a bebida que todos se acostumaram a buscar na fonte, nos seios maternos, para depois de velhos, descobrirem-se intolerantes.
A retirada parcial da água e a adição de açúcar, associadas às técnicas de esterilização e embalagem que surgiam, tornaram as latinhas que hoje contêm 395 g, um sucesso duradouro.
Guardando intactas as características e gosto, não faltou na dieta dos soldados em todas as guerras, começando pela da Secessão.
Bolsonaro deve ter adquirido o hábito na caserna, entre um salto e outro, nas comemorações das aberturas dos paraquedas.
Daí a se dizer que lambuza toneladas no pãozinho francês, vai um imenso exagero.
Quem divulgou e repetiu a informação sobejada, não vai corrigir o buxixo que causou tremenda celeuma.
A velocidade como os assuntos mudam de posição no ranking e nos trending topics, já está a exigir matéria mais nova. E estapafúrdia.
O perigo agora, é medirem em centímetros ou metros, todo o papel higiênico comprado para uso nos traseiros presidenciais.
Pelo volume do que tem sido limpo, não causará espanto se a medição já não estiver passando dos cinco mil quilômetros.
Quem diria que a esquerda outrora até respeitada chegasse a esse ponto. A próxima vítima deve ser a linguiça ou a cenoura, aí o capitão volta a dizer onde usar. Chegaram ao fundo do poço, vergonhoso o que a esquerda entende por Democracia, entendo que são apátridos, porém, estão passando dos limites.
Triste daqueles que são fanáticos e não tem opinião formada. Deus me livre de ser partidário e não enxergar o óbvio! Eu hein, parece coisa de doente!
O fanatismo, sem duvida é um perigo! As pessoas ficam cegas.