19 de abril de 2024
Meio Ambiente

Universidade de Alagoas descarta navio grego como culpado do vazamento de óleo

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Quinze dias depois da Operação deflagrada pela Polícia Federal do Rio Grande do Norte em conjunto com o Ministério Público Federal, apontando um navio grego como grande responsável pelo maior crime ambiental no litoral brasileiro, novos fatos colocam em dúvida o até aqui divulgado pelas próprias assessoria dos órgãos de investigação.

Agora, o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites da Universidade Federal de Alagoas divulgou ontem uma nova imagem que pode ser determinante para chegar ao navio suspeito. Agora a embarcação em análise é uma embarcação petroleira que navegou entre a África do Sul com o aparelho que indica a localização desligado, violando o direito marítimo internacional. O navio deverá passar novamente pelo litoral brasileiro esta semana.

– Não vou divulgar publicamente qual é o navio ou sua bandeira, não posso me precipitar. (Os investigadores) Fizeram isso com a Bouboulina e estavam errados. Mas vou passar todas as informações para a Marinha — explica Barbosa ao Globo.

O Sentinel 1-A é o mesmo satélite que capturou uma mancha de óleo a 40 quilômetros de São Miguel do Gosto- so (RN), visível na região no dia 24 de julho.

Com a imagem, o Lapis concluiu que os cinco navios gregos investigados pela Marinha e pela PF, entre eles o Bouboulina, não seriam responsáveis pelo vazamento.

No novo estudo, os pesquisadores afirmaram que, “com base em dados de geointeligência marinha, cruzados com informações de satélites, o Lapis concluiu ter havido comportamento atípico, no percurso do navio, pela costa norte do Nordeste brasileiro, no período anterior a 28 de julho”.

A próxima etapa, então, foi analisar todas as imagens de satélites da região entre os dias 19 e 24 de julho, quando passaram ali 111 navios-tanque que transportavam óleo cru. Somente um, porém, apresentou evidências de que teria ocorrido um incidente.

Trata-se de uma embarcação que normalmente cumpre o trajeto entre um país asiático e a Venezuela, passando pela África do Sul, com o transponder ligado.

No entanto, o navio cumpriu seu trajeto em julho às escuras. Sabe-se que ele deixou a Ásia no dia 1o de julho e que chegou à costa norte da América do Sul, possivelmente na altu- ra da Guiana, no dia 28 do mesmo mês.

“Ele não parou em nenhum porto, continuou sem identificação regular e fez uma estranha manobra, que indica uma mudança de trajetória”, dizem os pesquisadores do Lapis.

Em seguida, a embarcação aproximou-se costa nordeste dos EUA, no dia 31 de julho, e rumou para a costa africana, passando perto de Serra Le- oa no dia 9 de agosto. A partir do dia 13 de agosto, seguiu de volta à Ásia.

“O percurso mostra alteração na direção do navio, indicando um comportamento suspeito ou um grande problema mecânico”, alertou o levantamento do Lapis.

DO TL: Até agora não houve qualquer comentário do Ministério Público Federal, Policia Federal ou Justiça Federal do Rio Grande do Norte que deflagraram a operação contra o navio grego.Ou seja, se sustentam a linha de investigação que levaram a suspeita inicial e agora contestada ou se concordam com os argumentos da Universidade de Alagoas a partir de novos dados e fatos registradas por satélite.

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