VIDAS EM CURSOS
O que seria coroa de louros, virou chapéu de bobo e o convite para o cargo mais elevado na carreira de um professor, pesadelo.
Uma pequena mentira puxou outras pequenas e tão grande ficou que já é considerada a maior fraude na alta administração pública.
Não se discute mais o conhecimento para ocupar o honroso cargo para o qual os contratantes sequer pediram que apresentasse documento algum.
As verdades que apareceram depois, mesmo incompletas, não deixam de ser reais.
Um curso quase concluído, salvo a não aceitação do trabalho final.
Outro realmente terminado. Mas sem ser o que o pomposo título fazia parecer.
Trechos de um trabalho acadêmico copiados de outros, faltando as necessárias aspas e os devidos agradecimentos aos verdadeiros autores.
Faltou humildade e sobrou ostentação.
Qual atleta, herói olímpico que perde sua medalha de ouro, quando anos depois do glorioso feito, descobre-se que foi às custas de doping.
Os das provas limpas, ganhos em iguais condições dos outros atletas, são jogados no mesmo cesto dos troféus imerecidos.
O julgamento e a execração pública são impiedosos.
Nestas horas sempre aparecem os que sentem prazer em chutar cachorro morto.
O viés ideológico foi revelado na negativa da reitoria argentina que deixou o esclarecimento do curso inconcluso para depois da passagem do vendaval.
A atitude da mais afamada fundação de ensino e treinamento na administração pública e privada, negando que é professor quem dá aulas, é inconcebível.
Mesmo que o magistério venha sendo exercido há vários anos e o renegado mestre tenha merecido homenagens com direto a reconhecimento pelo trabalho. Impresso em indelével placa de metal.
A falta da carteira assinada, como álibi para o assassinato da reputação.
Há muitos anos, mais de 50, na cidade de comércio em ebulição, a chegada de uma família empreendedora virou case de sucesso.
O Nova Cruz Hotel, para suprir a falta e acabar com a reclamação dos viajantes e a ousadia em outro ramo de negócios.
Luiz Basilício, padeiro, imigrante de Santana do Matos, também investiu em farmácia, a terceira da praça, quebrando o oligopólio de décadas.
O tino comercial a começar pelo letreiro aberto no frontispício do armazém reformado, foi só o começo.
Farmácia dos Pobres.
Para eles, dedicação, acolhida afetuosa e acesso facilitado ao médico possível.
Para ele, gratidão, reconhecimento e eleição para vereador.
A fama de acertar nos remédios prescritos e vendidos, fez surgir a lenda que o boticário era também, quase-médico.
Teria abandonado a Faculdade de Medicina, (nunca se soube onde nem porque), no terceiro ano do curso. Pelo menos, meio-médico devia ser.
O currículo que circulou à boca pequena, sem jamais ter sido declamado pelo titulado, manteve a clientela fiel mesmo depois da transmissão do negócio familiar ao filho, também aprendiz de doutor.
Muitos profissionais agiram e continuam agindo desse modo – uso de falsa invenção, omitindo informações. Não pode!!!