23 de abril de 2024
Papo de domingo

VIVI VIVE

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Vivi
vive na lembrança dos amigos.

Na imaginação. Na suposição de como estaria lidando com a pandemia.

Nas verdades ditas em palavras que hoje estão em  falta.

Algumas pessoas são assim.

Partem cedo e nunca são esquecidas.

Quem era mestre em gargalhar de si próprio, até  na saudade, faz da lágrima, o riso.

             (Publicação original em 07/06/2019)


QUEM VÊ CARA

Foi por trás do balcão da padaria, no trato da freguesia que aprendeu a fazer as melhores amizades.

E pela vida  afora, o que mais fez.

Sempre à disposição para ajudar.

Pelos tortuosos labirintos da repartição mais burocratizada, guiou muitos amigos. E amigos dos amigos.

O apelido de infância, tão vívido, ofuscou o de batismo. Suspeita-se até que não lembrasse mais do onomástico.

Apaixonado pelo ABC,  transitava bem entre todas as torcidas. Sempre com muito bom, sarcástico e respeitoso humor.

Conseguiu superar a fase mais difícil da vida, fazendo dela sua bandeira de luta.

Contava os anos, meses e dias, livre do pesadelo.  Com seus testemunhos ajudou a abreviar a tormenta de muitos.

Depois de um sem número de trocas de fichas e bem antes da ascensão midiática do tenente-capitão-senador, foi parado em blitz da rodoviária federal.

Bafômetros eram novidade, ainda em fase de testes. O guarda, depois de repetir o exame em todos os aparelhos disponíveis, não se convenceu dos resultados negativos e propôs um trato.

A liberação imediata pela revelação do que havia feito para não ter sido detectado o menor vestígio da substância proibida.

Com os olhos e fácies avermelhados de sempre, o abstêmio Vivi  confessa:

-Parei com a bebida há muitos anos mas nunca perdi essa cara de bêbado.

One thought on “VIVI VIVE

  • Ana suelly

    Meu pai como tenho orgulho te ti

    Resposta

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