Pesquisa aponta carros que deram prejuízo no ano de 2021
Start-up do segmento automotivo que mais cresceu em 2021 e um dos três maiores marketplaces de carros usados do país, a Mobiauto realizou um levantamento em sua base de dados, apoiados em milhares de anúncios no decorrer do ano, para verificar o comportamento de preços dos modelos 1.0 do país. E o resultado é claro: os populares foram um mau negócio. Diferentemente de picapes, SUV´s e até importados premium, que foram analisados recentemente e exibiram performances invejáveis nas altas de cotações, os modelos equipados com motores 1.0 não acompanharam a evolução de preços dos demais segmentos. O levantamento foi feito com veículos cotados em janeiro e dezembro de 2021, extraindo-se a variação de preços, sempre com veículos “modelo 2021”, isto é, seminovos. Na média geral, as 20 versões apuradas tiveram valorização de 14,05% de acordo com a pesquisa da Mobiauto, bem abaixo, portanto, dos 23,5% registrados pelo mercado total. “Há vários motivos para determinar essa má performance. Um deles é o natural desinteresse do consumidor por carros populares, visto que o segmento representa cerca de 20% das vendas de modelos zero km atualmente, ou a metade dos SUV´s, por exemplo”, destaca o consultor automotivo e CEO da Mobiauto, Sant Clair Castro Jr. Ele prossegue: “O segmento incorpora hoje modelos muito sofisticados, com motores de 1 litro turboalimentados, como o VW Polo. Esse fenômeno os aproxima da mesma faixa de preços dos SUV´s. E é uma covardia disputar vendas com esses utilitários”. Alguns dos modelos 2021 mais modernos desse segmento, de fato, possuem cotações na faixa de R$ 65 mil a R$ 75 mil, como Hyundai HB20 e HB20S, Chevrolet Onix e Onix Plus, além do Fiat Argo. E este último foi a exceção que confirmou a regra: com 26,96% de valorização no decorrer de 2021, foi o único modelo 1.0 do país a se posicionar acima da média de mercado. “Fizemos uma pesquisa recente nos mesmos moldes com as picapinhas: a valorização média foi de mais de 34%”, lembra Castro Jr. Com a crise de fornecimento de semicondutores em 2021, que restringiu a produção de modelos mais baratos – as montadoras usavam as poucas peças que chegavam às linhas de montagem para produzir veículos de maior valor agregado –, a tendência era de alta desses populares. “Como a produção foi restrita, nada mais natural do que a alta nas cotações dos seminovos. Mas nem assim isso ocorreu. Entendo que é desinteresse puro do consumidor”, explica. Veja a lista. |
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