Consultor Paulo Gaudenzi foi o primeiro palestrante
O primeiro palestrante do Fórum Regional PANROTAS Pernambuco foi o consultor de turismo Paulo Gaudenzi, secretário de Turismo da Bahia por mais de 20 anos e, atualmente, com projetos nos estados de Pernambuco e Piauí, assim como em capitais como Natal, onde dá suporte técnico ás ações de fomento e promoções.
Um dos pontos abordados por Gaudenzi no evento, onde fez uma palestra didática, diz respeito à necessidade da criação e manutenção de um bom slogan para o destino. “Quem não se lembra do Santa e Bela Catarina? Do Rio Grande do Sul, um estado de emoções? Foram slogans marcantes que, infelizmente, se perderam ao longo do tempo”, comentou.
O consultor revelou que, atualmente, o turismo tem um caráter multissetorial, abrangendo itens como energia, acesso, tecnologia e comunicação, entre outros. “O secretário de Turismo tem que interagir com outras secretarias. Caso contrário os resultados ficam comprometidos. O perfil do titular do turismo mudou. É mais importante atualmente”, observou.
] O marketing de pessoas, segundo Paulo Gaudenzi, agrega bastante ao estado. No caso de Pernambuco, ele lembrou nomes que “vendem”, como o escritor Ariano Suassuna e o próprio presidente Lula, que nasceu em Garanhuns, na serra pernambucana. “Também podem ajudar no marketing do destino o Francisco Brennand, na cultura; e o João Carlos Paes Mendonça, no segmento empresarial”, lembra o consultor.
“Precisamos trocar o vendedor de quarto pelo contador de história”. A frase sintetiza um pensamento de Gaudenzi, para quem o turismo precisa vender experiências vividas, e não apenas serviços. Ele também considera que Pernambuco precisa criar novos produtos, além dos já estabelecidos, como Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Porto de Galinhas e Fernando de Noronha.
Os pontos fortes do turismo pernambucano, ainda segundo Gaudenzi, são infra-estrutura, turismo de eventos, controle ambiental, história e cultura, gastronomia e belezas naturais. Já os pontos fracos, também de acordo com o consultor, estão nos recursos humanos, na insegurança, no saneamento e na hotelaria reduzida de Recife.
Ao mesmo tempo em que reclama da morosidade das obras do Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife, que ganhará novos fingers, e da duplicação da BR-101 até Natal, Paulo Gaudenzi lembrou que Pernambuco terá uma ampla oportunidade para melhorar sua infra-estrutura com o “Pac da Copa”, que trará grandes investimentos para o estado.
Ainda de acordo com a exposição feita pelo consultor durante o Fórum, Pernambuco precisa melhorar a mão-de-obra no setor de turismo, assim como repaginar seu turismo receptivo. A recuperação de antigos destinos, acredita, é fundamental. Ele citou o caso da Ilha de Itamaracá, cujo presídio, na opinião dele, afugentou os turistas.
Para o Litoral Norte pernambucano, o consultor lembrou que é preciso criar uma estrutura para esportes náuticos, que propicie a pesca e o mergulho. Já para o Litoral Sul, ele prevê melhorias como um incentivo maior ao turismo de segunda residência, a implantação de um aeroporto em São José da Coroa Grande e um melhor aproveitamento do Cabo de Santo Agostinho.
Gaudenzi voltou a lembrar, em sua explanação, que é preciso filtrar bem a participação nos eventos. “Não adianta participar de todas as feiras. Não somos camelôs de gravata.” Ele apontou ainda um ponto que considera fundamental para o êxito do próprio turismo do Nordeste. “Temos que torcer para a Argentina estar sempre bem economicamente e para o Rio de Janeiro continuar na vitrine. Isso é bom para todo o Brasil”.
