E tantas outras coisas diferentes, que é difícil imaginar o que vai sair de trás das cortinas, d’aquela franjinha repartida de lado. E do alvoroço controlado.
Na porta de casa, um palácio de pé direito baixo, pessoas entusiasmadas à espera do encontro não marcado, são brindadas com atenção, acenos, afagos, respostas e opiniões que vão ser das notícias mais importantes do dia, pauta das redações, assunto para os blogs, sites, assemelhados e mote dos discursos dos parlamentares.
Às vezes causam mudanças no clima político e oscilações no mercado financeiro. Outras, expedição de algum bilhete azul ou receita de simancol ou se segura-ministro-malandro.
Quem discorda, argumenta que a banalização das entrevistas coletivas, desorganizadas, pra não dizer caóticas ou bagunçadas, são inadequadas à liturgia do cargo.
E deveriam ser evitadas ou banidas.
Solução muito simples.
A prática, considerada abominável, só é possível se houver o entrevistador.
E como diria a saudosa antecessora, por trás de toda pergunta sempre há a figura do perguntador.
Quem procura acha.
Quem escuta, ouve (com atenção) até o que não queria.
Imagens serão geradas, somente se as câmeras forem ligadas.
E o dito ao pé do ouvido, vira grosseria, se e somente se, gravado.
Apenas com o desinteresse, boicote ou paro, a conversa matinal revelar-se-ia (desculpem a primeira mesóclise em mais de 300 textículos) o que realmente é.
Papo que se joga fora na pabulagem com amigos e conhecidos.
Assunto de calçada de pé-sujo e botequim bunda-de-fora.
O paulista do interior, carioca aculturado nas quebradas e casernas de Deodoro e São Cristóvão, mesmo depois do up grade para a Barra, não perdeu o hábito de ser especialista em tudo.
Sempre com razão.
E sem egoísmo, socializa democraticamente com os parças, suas abalizadas elocubrações, como se faz, entre um gole de café (ou chope) e outro.
A primeira ideia que vem à cabeça, sai na bucha.
Liberada, sem edições, vaselina nem cortes.
Em estado bruto para depois ser lapidada pelos generais auxiliares de capitão.
E pela equipe econômica de um homem só. Isso quando o bombeiro, ele próprio, não bota mais gasolina no monturo.
Os teóricos poderiam amenizar os rompantes, considerando-os (as ênclises, são banais) como exercícios no processo criativo da formação do pensamento. Brainstorms.
Aos repórteres, com todo respeito, uma pertinente lembrança.
Há 620 anos, desde Gutemberg, o que faz de vocês, uns melhores que os outros, é o faro.
O furo é consequência.