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Apesar de vitória de Lula, núcleo duro de Bolsonaro continua o mesmo de 2018

Por Márcia Cavallari Nunes no Estado de S.Paulo analisando pesquisa do IPEC

Apesar da queda nas medidas de avaliação do governo federal e do presidente da República em todos os estratos sociodemográficos analisados na pesquisa, Bolsonaro segue com o suporte dos mesmos segmentos que o apoiavam mais fortemente nas eleições de 2018: os homens, os eleitores com escolaridade superior, os moradores das regiões Norte/Centro Oeste e Sul, os evangélicos, aqueles com renda familiar superior a cinco salários mínimos e os que se autodeclaram como brancos.

Assim, o núcleo duro de apoio ao governo permanece o mesmo de 2018.

Entretanto, a conjuntura atual difere muito daquela observada naquele ano. Bolsonaro foi eleito com a esperança da mudança e hoje se encontra no seu pior patamar de avaliação, reflexo da atuação do governo no enfrentamento dos vários problemas pelos quais o País passa.

Isso pode ser observado pela própria evolução do potencial de voto e da rejeição de voto de cada candidato, comparando as pesquisas realizadas nos meses de fevereiro e junho. Enquanto, Lula apresenta crescimento de 11 pontos porcentuais em seu potencial de voto e um recuo de 8 pontos porcentuais na sua rejeição, Bolsonaro perde 5 pontos porcentuais no potencial de voto e ganha 6 na rejeição.

PERFIS DE ELEITORES DIFERENTES

Lula e Bolsonaro têm perfis de eleitores bem distintos.

A força maior de Lula encontra-se entre os eleitores do Nordeste, os mais jovens, os menos escolarizados, os que possuem renda familiar mais baixa, os que se autodeclaram pretos e pardos e os que não seguem a religião católica ou evangélica.

Neste cenário polarizado, existem 20% de eleitores que declaram que não votariam de jeito nenhum nem em Lula e nem em Bolsonaro, e neste momento não há um candidato que capitalize esse contingente eleitoral.

A eleição ainda está distante da agenda do eleitor e até lá teremos que acompanhar as questões que impactam diretamente o dia a dia do brasileiro, principalmente as relacionadas à inflação, à economia, à saúde, à educação, ao meio ambiente, e principalmente à pandemia.

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