Ícone do site Território Livre

Empresário que matou a Alcanorte morre no Rio

José Carlos e Ângela Fragoso Pires nos bons tempos da sociedade carioca

O empresário José Carlos Fragoso Pires, que comandou a indústria salineira do RN durante anos, quando adquiriu a Companhia Nacional de Álcalis – e a Alcanorte – quando foram privatizadas, morreu ontem, no Rio de Janeiro.

Os problemas financeiros que enfrentou custaram caro ao Rio Grande do Norte, tendo deixado uma fratura exposta em Macau, com uma grande fábrica inacabada.O projeto da Alcanorte era fundamental para o desenvolvimento do Estado e foi privatizada no Governo Fernando Henrique Cardoso.

GRANDE NOME

Tal qual um velho marujo, o armador carioca José Carlos Fragoso Pires soube navegar com o vento a favor por cerca de 50 anos. Conhecido pela fortuna e pela badalação, o magnata e ex-presidente do Jockey Club Brasileiro chegou a ter 27 empresas em seu nome, entre elas a Frota Oceânica, uma das maiores companhias de navegação do país, da qual ainda é dono.

Aos 80 anos, porém, o mar virou: na quarta-feira, a Capitania dos Portos, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e técnicos da Transpetro iniciaram uma operação de emergência para retirar o óleo dos tanques de um dos navios de Fragoso Pires, o Angra Star, que está encalhado na Baía de Guanabara.

SAL E SOCIETY

Afogado em dívidas que quebram sobre sua cabeça desde a década de 90, quando a crise atingiu a maioria dos cargueiros brasileiros, o empresário hoje dá braçadas para se salvar: na última semana, colocou à venda o triplex de 3.800 metros na Praia do Flamengo onde mora, avaliado em R$ 55 milhões, e terá que pegar fôlego para pagar os custos de remoção do navio, além das multas por crime ambiental.

Figurinha fácil nas colunas sociais, Fragoso Pires sempre viveu cercado de luxo. Suas festas na Praia do Flamengo 284 eram famosas, e Angelaq, a segunda e atual mulher, tida como uma das mais badaladas anfitriãs dos anos 80 e 90.

Sair da versão mobile